6 de setembro de 2022

Somos criados para competir e não para cooperar, alerta Ricken

Durante entrevista ao vivo para o jornalista João Barbiero, da rádio Lagoa Dourada, de Ponta Grossa, no Programa Manhã Total desta terça-feira (06/09), o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, falou sobre o cooperativismo paranaense e também sobre o Programa de Educação Política, liderado pela entidade junto às cooperativas do Paraná. “Somos criados para competir e não para cooperar! Na sociedade em que vivemos é normal ser competitivo, querer ser o melhor, mas acredito que, quanto mais a filosofia da cooperação for difundida, especialmente às crianças e jovens, nós poderemos mudar esta realidade, fazer com que as pessoas possam cooperar, pensar no coletivo e deixar o individualismo”, frisou.

Ricken participou da conversa direto da região Noroeste do Paraná. “Estou falando com seus ouvintes aqui, direto de Campo Mourão, onde fica a maior empresa privada do Paraná que é a Coamo, inclusive, na noite de ontem, ela foi mais uma vez premiada pela sua excelente gestão pelo Jornal Valor Econômico, Prêmio Valor 1000, entre as maiores do agronegócio brasileiro. Ela funciona de uma forma democrática, dentro dos princípios do cooperativismo, onde seus mais de 20 mil cooperados têm voz e vez. Com uma liderança estabelecida, uma comunicação bem clara e objetiva com seu público. Como temos também aí na região dos Campos Gerais, as cooperativas de imigrantes, onde exercem um forte trabalho de cooperação, num um projeto pioneiro de intercooperação, por meio da Unium, entre a Frísia, Castrolanda e Capal. E, agora, unidas a outras cooperativas, estão construindo a maior maltaria do Brasil, em Ponta Grossa. Exemplo de cooperação que dá certo e onde sempre é melhor do que competir. E assim inúmeros exemplos pelo estado todo de sociedades cooperativas que contribuem para o desenvolvimento local, na geração de empregos, hoje mais de 130 mil diretos e na distribuição de renda”, destacou.

Outro tema abordado pelo presidente Ricken foi o Programa de Educação Política do Cooperativismo Paranaense. “Neste mesmo raciocínio de que precisamos cooperar cada vez mais, estamos realizando, pela segunda vez consecutiva, um programa que tem por objetivo inicial o voto consciente. Incentivar nossos 3 milhões de cooperados a se interessar por essas eleições, escolher bem seus candidatos para que possam representar o cooperativismo, especialmente no Congresso Nacional. Temos hoje uma bancada de deputados e senadores paranaenses que integram a Frente Parlamentar do Cooperativismo em Brasília e precisamos, nessas eleições de outubro, fortalecê-la ainda mais. Por isso, queremos valorizar aqueles candidatos que nos apoiaram ou que assumiram o compromisso de defender nossas pautas no Congresso. As pessoas acham que as principais decisões são tomadas pelo Executivo. Não é, o presidente ou governador precisa da aprovação do Congresso e, para isso, precisa ter também sua base forte lá. Tudo passa pelo Congresso, são eles, os deputados e senadores, que aprovam as principais medidas e políticas de governo. Assim, precisamos ter um Congresso bem preparado. Este é nosso segundo objetivo, eleger parlamentares comprometidos na defesa do cooperativismo, setor que tanto contribui para o desenvolvimento do Paraná, do Brasil”, salientou.

Apesar da crise – Ao ser questionado por Barbiero sobre os bons resultados alcançados pelo cooperativismo paranaense, mesmo em período de crise, especialmente durante a pandemia da covid-19, Ricken afirmou: “O setor cooperativista não parou, continuamos produzindo durante a pandemia. Afinal, não poderia faltar comida na mesa das pessoas que ficaram em casa, muitas doentes. O sistema de saúde não parou, o crédito não parou, o transporte e tantos outros serviços prestados pelas nossas cooperativas não pararam durante a pandemia, por serem serviços essenciais. Por isso, é importante termos aqui no Paraná um modelo eficiente de cooperativismo, que não fique devendo nada para outros países. No ano passado, o setor encerrou com uma movimentação econômica de cerca de R$ 158 bilhões, dos quais aproximadamente 85% gerados pelas cooperativas agropecuárias. Mas o cooperativismo não é somente agro, temos outros segmentos importantes, como o de saúde, crédito, transporte, infraestrutura, consumo, trabalho e bens e serviços. Na área de saúde, temos as cooperativas Unimed, Uniodonto, Dental Uni, Cooenfe, dos enfermeiros e tantas outras. No crédito, Sicredi, Sicoob, Cresol, Uniprime e várias cooperativas.”

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