É até difícil de acreditar. Numa safra de verão marcada por enormes perdas no Paraná, a equipe do Rally Cocamar de Produtividade foi surpreendida na última terça-feira (18/01) ao percorrer alguns municípios da região de Londrina, norte do estado. Enquanto a grande maioria dos produtores paranaenses contabiliza prejuízos, em Nova Fátima, Santo Antônio do Paraíso, São Sebastião da Amoreira, Santa Cecília do Pavão e São Jerônimo da Serra, as lavouras se encontram tão carregadas de vagens que o indicativo é de uma safra cheia.
“Não tem faltado chuva por aqui”, comenta o engenheiro agrônomo Thiago Ladeia Janning, da unidade da Cocamar em Nova Fátima. Se alguém tiver dúvida, basta visitar as propriedades. Em uma delas, o Rally foi recebido pelo agrônomo João Vítor dos Santos, que presta serviços ao produtor Epaminondas Rosa de Camargo.
Nos 372 alqueires de Epaminondas, a média que foi de 174 sacas por alqueire no ano passado (79 sacas por hectare), pode ser igual ou até ser superior nesta temporada 2021/22. A única intercorrência foi uma chuva intensa ocorrida na fase de semeadura, exigindo que a operação fosse refeita em 10% da área. Implantadas entre 20/10 e 20/11, as lavouras estão em fase final de formação de vagens e a colheita é prevista para meados de março.
O agrônomo da Cocamar comenta que a expectativa de produtividade em Nova Fátima deve ficar entre 130 e 140 sacas por alqueire (53,7 a 57,8/hectare). Não se cogita ter perdas, mas há uma certa cautela ainda, pois é preciso que continue chovendo para consolidar a boa produtividade.
“A gente foi abençoado, está correndo tudo bem e a expectativa é de uma safra igual ou superior a do ano passado, pois as condições estão sendo muito favoráveis para o desenvolvimento da lavoura”, diz Thiago. E lembra que o produtor Epaminondas é diferenciado no investimento que faz em sua soja, mas a boa qualidade da lavoura neste ano está em linha com praticamente todo o município e também a vizinhança.
Padrão – Quem passa, também, por Santo Antônio do Paraíso, São Sebastião da Amoreira, Santa Cecília do Pavão e São Jerônimo da Serra, caracterizados por extensas áreas cultivadas, onde a soja divide espaço com o milho, constata que a situação de bom desenvolvimento é quase um padrão. “O produtor que semeou muito cedo acabou tendo perdas pela maior exposição à estiagem, isso aconteceu em todas as regiões”, disse o gerente técnico da cooperativa, Rafael Furlanetto, que acompanhou o Rally.
Já em Santa Mariana, município distante 50km de Nova Fátima, o engenheiro agrônomo Elton Oliveira Silva, da unidade da Cocamar, avalia que 25% das lavouras apresentam boas condições de desenvolvimento, estimando uma média de produtividade de 120 sacas por alqueire (49,5/hectare). Nas 75% restantes, a perda do potencial produtivo indica para uma média entre 60 e 100 sacas por alqueire (24,7 a 41,3 sacas/hectare). Em anos de clima favorável é comum encontrar em Santa Mariana produtores com média de 130 a 140 sacas por alqueire (53,7 a 57,8 sacas/hectare).
Perdas – Tradicionais produtores de grãos no município, os irmãos Flávio e Carlos Saito projetam perdas de produtividade na soja e lembram que o ano passado foi especialmente difícil porque, com seca e geadas, não houve safra de inverno.
É num ano como este, de severa estiagem, que o investimento em irrigação acaba fazendo a diferença. Com três pivôs, o empresário rural Jayme Eduardo Chaves da S. Telles garante umidade em parte dos seus 375 alqueires (907,5 hectares). Graças aos equipamentos, há estabilidade da produção na Fazenda São Jerônimo, que fica no distrito de Panema, e a expectativa é de safra normal.
O Rally Cocamar de Produtividade, em sua sétima edição consecutiva, conta com o patrocínio das seguintes empresas: Basf, Fairfax do Brasil – Seguros Corporativos, Fertilizantes Viridian, Zacarias Chevrolet e Sicredi União PR/SP (principais), Cocamar Máquinas, Lubrificantes Texaco, Estratégia Ambiental e Irrigação Cocamar (institucionais), com apoio da Aprosoja/PR, Cesb e Unicampo.