OCB define as sete prioridades do cooperativismo brasileiro

Compartilhe:

OCB agenda coop

As pautas prioritárias do movimento cooperativista para 2022 foram apresentadas no evento de lançamento da Agenda Institucional, em Brasília, nesta quarta-feira (27/04). Estiveram presentes autoridades como o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, general Luiz Eduardo Ramos; ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes; o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite; o Ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio; o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira; o vice-presidente do Congresso Nacional, Marcelo Ramos; o diretor do Banco Central, Otávio Damaso; a ex-ministra e deputada Tereza Cristina; o presidente da Frencoop, Evair de Melo; além de outros parlamentares e parceiros institucionais do Sistema OCB.

“Reconhecemos os avanços conquistados no ano passado e reforçamos que cooperativismo é movimento, então, há muito o que ser feito para trazer ainda mais benefícios à sociedade. Somos um instrumento para que novas oportunidades sejam estabelecidas e pretendemos contribuir, cada vez mais, com a agenda estratégica do país. Pretendemos continuar a construir, junto com os Três Poderes da República, as políticas públicas que fortalecem o cooperativismo e seus princípios o que, por consequência, gera mais oportunidades e prosperidade para o Brasil”, destacou o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.

O site oficial da Agenda Institucional do Cooperativismo 2022 reúne as demandas das mais de 4,8 mil cooperativas brasileiras e detalha os principais temas acompanhados pelo Sistema no Legislativo, Executivo e Judiciário. São 44 temas de impacto do setor, sendo sete destaques prioritários que irão guiar a atuação do Sistema OCB. Veja abaixo a pauta mínima do cooperativismo brasileiro.

Ato Cooperativo – O adequado tratamento tributário ao ato cooperativo que está previsto na Constituição de 1988, ainda aguarda regulamentação. O dispositivo que pode impedir a duplicidade de tributação, tanto na cooperativa como dos cooperados, pode ser incluído no texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 110/19, que trata da Reforma Tributária e aguarda análise da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), do Senado. “Conseguimos um avanço importante junto ao relator da matéria, senador Roberto Rocha (MA), que, com certeza, será ratificado na Comissão de Justiça e no Plenário, avalia Márcio Lopes de Freitas.

Telecomunicações – A prestação de serviços de telecomunicações por cooperativas (Projeto de Lei 8.824/17) é outra demanda prioritária do setor que aguarda o aval do Senado, após sua aprovação na Câmara dos Deputados. O autor da medida é o presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), deputado Evair de Melo (ES). Segundo ele, estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), de 2017, aponta que mais de 11 milhões de domicílios em todo o país não têm os serviços de telecomunicações disponíveis em suas localidades, mesmo que as pessoas possam pagar pelo acesso à banda larga fixa ou móvel (3G ou 4G). O modelo cooperativista está pronto para levar Internet à estas áreas e aguarda apenas a segurança jurídica para prestar esses serviços.

“A distribuição geográfica desta demanda se assemelha com o contexto do acesso à energia elétrica na década de 1970, onde grandes áreas do interior do país não tinham acesso ao serviço, limitando e comprometendo o desenvolvimento econômico e social destas regiões. Essa realidade foi alterada graças à união de pessoas que encontraram no cooperativismo uma maneira eficiente de ter acesso à energia elétrica. Com as telecomunicações não será diferente”, afirma o parlamentar.

Crédito – Também em tramitação no Senado, o Projeto de Lei Complementar 27/20, que atualiza o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (Lei Complementar 130/09) é considerado essencial para garantir um ambiente de negócios mais seguro e permitir que as cooperativas de crédito possam disponibilizar novos produtos e serviços com mais agilidade e modernidade, bem como atender cada vez mais a demanda por crédito de micro, pequenas e grandes empresas.

“É fundamental buscar a modernização da Lei para que o cooperativismo de crédito continue sendo um importante vetor de desenvolvimento do país. A alteração vai potencializar o crescimento e gerar a formação do desenvolvimento nos mais diversos ambientes e particularidades”, explica o deputado Arnaldo Jardim (SP), autor da proposta e coordenador do ramo crédito da Frencoop.

Recuperação judicial – O projeto de Lei 815/22, apresentado recentemente pelo deputado Hugo Leal (RJ), também integrante da Frente, é mais uma demanda do cooperativismo. A proposta prevê a reorganização das sociedades cooperativas para permitir o uso de procedimentos de recuperação judicial e extrajudicial como ocorre com as empresas em geral, mas respeitando o modelo societário cooperativista. “As cooperativas já contam com desvantagens competitivas e estão desprotegidas em razão da impossibilidade de utilizar esses procedimentos”, explica Leal.

Ainda segundo o parlamentar, o tratamento precisa ser diferenciado. “A sociedade cooperativa apresenta características específicas. Então, nada mais justo que criarmos procedimentos respeitando suas peculiaridades, com estímulo econômico e sem trazer insegurança aos credores e aos próprios cooperados”.

Crédito Rural – As cooperativas têm consolidado, ano após ano, sua relevância na produção agropecuária brasileira. Para que o setor possa continuar se desenvolvendo, é fundamental a manutenção do Sistema Nacional de Crédito Rural e do funcionamento da atual arquitetura da política agrícola, voltada ao financiamento das atividades do produtor rural. Para o Plano Safra de 2022/2023, o foco está na garantia de funding para as operações de custeio e investimento e na garantia de recursos suficientes para a adequada operacionalização do seguro rural.

Seguros – O Sistema OCB defende também a ampliação das possibilidades, legais e regulatórias, da participação do cooperativismo no setor de seguros. Além de ser um novo modelo de negócios, o cooperativismo poderá ser protagonista em políticas de acesso a produtos e serviços locais a preços mais competitivos.

O Sistema OCB mantém diálogo constante com o Ministério da Economia e a Superintendência de Seguros Privados (Susep), principais atores do setor, a fim de comprovar a importância da proposta. “No mercado de seguros mundial existem 5,1 mil cooperativas, distribuídas em 77 países e com mais de 900 milhões de segurados. Em ativos os números alcançam quase US$ 9 trilhões e representam 27% do mercado, gerando mais de 1 milhão de empregos, segundo dados da ICMIF (Federação Internacional de Cooperativas e Seguros Mútuos)”, explica Márcio Lopes de Freitas.

Licitações – A participação das cooperativas de trabalho em processos de licitação completa as sete principais demandas da agenda institucional 2022. Há um plano elaborado pelo Sistema OCB com frentes de atuação institucional nos Três Poderes como, por exemplo, o Grupo de Trabalho que trata do tema; a elaboração de materiais informativos; e pareceres e defesas com jurisprudência favoráveis às cooperativas.

“Nosso objetivo é continuar buscando o reconhecimento das cooperativas como modelo de negócio sustentável e capaz de contribuir para a elevação do status socioeconômico dos seus cooperados e impactar a vida de milhares de pessoas através dos valores e princípios do cooperativismo nas contratações públicas”, afirma o presidente Márcio.

plugins premium WordPress

Obrigado!

Seu e-mail foi cadastrado com sucesso.

Agora você saberá nossas novidades em primeira mão.