O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou ontem (25), durante live com diretores do Sistema OCB – Organização das Cooperativas Brasileiras, que a economia do país deverá crescer nos próximos dez anos a uma taxa anual entre 3% e 4%. E que a realidade brasileira está dissociada da tendência hoje vivida pelas grandes economias como Estados Unidos, Reino Unido e países europeus, que enfrentam aumento de inflação combinada com perspectivas de baixo crescimento ou mesmo recessão.
Guedes foi convidado para discutir com os dirigentes da OCB o tema “Economia e Coooperativismo”. Participaram da live o presidente da entidade, Marcio Lopes de Freitas, a superintendente Tânia Zanella e os diretores Remy Gorga Neto, José Roberto Ricken, André Pacelli Viana e Ricardo Khouri, que são também representantes das organizações cooperativas em diferentes regiões do país. O ministro participou durante cerca de uma hora e foi seguido pelo subsecretário de Política Agrícola do ministério, Rogério Boeri, que tratou de temas mais específicos do agronegócio e do cooperativismo.
O convidado definiu como “belíssima” a meta definida pela OCB de faturar R$ 1 trilhão por ano nos próximos anos e atingir 30 milhões de cooperados. “É o caminho da prosperidade”, disse, argumentando que a movimentação das cooperativas tem a dimensão econômica e social. “Nosso sonho é ser uma grande economia de mercado com classe média forte. O cooperativismo é a expressão desse desejo nosso.”
Ele foi enfático ao afirmar que a economia brasileira passa por uma fase positiva, de boas perspectivas, depois de períodos difíceis determinados pela pandemia da covid-19 e pela guerra da Rússia contra a Ucrânia. “Quero pedir que vocês continuem acreditando no país. A parte mais difícil já passou”, afirmou. Ele lembra que o Brasil teve uma perda de mais de 1 milhão de postos de trabalho no auge da pandemia. Hoje, o país já soma mais de 16 milhões de empregos criados, 8 milhões dos quais empregos formais. Esse número é maior do que os registrados nos Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido, juntos.
A taxa de desemprego no país, que chegou a 14,9% em março de 2021, está hoje em 8,9%. Foi a que mais caiu em todas as economias do mundo. “Nossa economia já decolou”, reforçou Guedes. O crescimento da economia brasileira em 2021 foi de 4,5%. Esse ano já cresceu 3% até agora. “Vamos continuar crescendo a taxas entre 3%, 3,5% e 4% ao ano por dez anos seguidos”, acrescentou.
Segundo Guedes, a economia brasileira está entrando agora num ciclo longo de crescimento, enquanto outras grandes economias estão enfrentando aumento da inflação e redução da atividade econômica. Ele criticou duramente as fake news que vêm sendo disseminadas envolvendo o Ministério da Economia com interesses políticos nessa reta final de eleições presidenciais. “Não acreditem nas fake news!”, reforçou.
Ele descartou, por exemplo, que o ministério tenha estudos sobre alterações nas correções do salário mínimo e das aposentadorias e pensões do INSS – Instituto Nacional de Previdência Social. “Se nós mantivemos os reajustes mesmos durante a pandemia, por que agora, passada essa verdadeira guerra, iríamos mudar isso?” Ele atribuiu a militantes da oposição que trabalham no ministério a autoria e o vazamento desse suposto estudo, com o objetivo claro de influenciar nas eleições. “Não deixem que roubem a tranquilidade, a esperança da população brasileira!”.
Guedes afirmou que não há estudo algum sobre retirar deduções do Imposto de Renda. Pelo contrário, o que o governo pretende fazer é aumentar a faixa de contribuintes isentos. O ministro disse também que está nas metas da pasta passar a cobrar Imposto de Renda sobre os lucros e dividendos, repassados pelas empresas aos seus acionistas.
A medida chegou a ser enviada ao Congresso Nacional, mas acabou barrada pela ação de lobies, segundo Guedes. A taxação dos lucros e dividendos foi prometida pela maioria dos candidatos à Presidência da República, embora não figurem nos planos de governo dos dois concorrentes ao segundo turno. Paulo Guedes já antecipou que pretende ter a aprovação da proposta de emenda constitucional ainda esse ano.
Ele procurou tranquilizar a todos, dizendo que não haverá surpresas na área econômica. “Não vamos dar susto em ninguém. Não existe pacote algum do Guedes.”
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