Aos 36 anos, o cooperado Douglas Chiconato, de Cambé (PR), onde ele e o pai José Carlos cultivam grãos em cerca de 200 hectares, dos quais 10% próprios, é exemplo de produtor que cresce aproveitando as oportunidades oferecidas pela Cocamar. Suas lavouras naquele município e na vizinha Rolândia são conduzidas sob a orientação técnica da cooperativa e apresentam boas médias de produtividade.
O grande salto de crescimento do produtor, entretanto, se deu a partir de 2019, quando Douglas foi convidado pela Cocamar a participar do projeto piloto do programa de renovação de canaviais mantido em parceria com a usina Cocal no Pontal do Paranapanema, oeste paulista. Ele fez parte de um grupo de 21 cooperados que aceitou encarar o desafio de produzir soja numa área de 5,1 mil hectares arrendada pela cooperativa junto àquela companhia. Na quarta-feira (16/03), Douglas recebeu em Nantes a equipe do Rally Cocamar de Produtividade.
“Eu já tinha alguma experiência em lidar com solos arenosos e fui em frente”, diz. Por isso, não deu ouvidos a alguns produtores que, na época, tentaram desestimulá-lo, sob o argumento de que no abafado oeste de São Paulo a cultura da soja seria inviável.
Três anos depois, na atual safra de soja 2021/22, em fase de colheita, Douglas fala da própria trajetória na região para demonstrar o sucesso do programa conduzido pela Cocamar e também para ressaltar que o oeste paulista é, sim, um lugar para quem quer crescer.
Nesse curto período, o produtor conseguiu ampliar de forma considerável as áreas que ele e o pai plantam com soja: além dos cerca de 200 hectares em Cambé e Rolândia, há aproximadamente outros 400 no município de Nantes (SP) – quase na divisa entre os dois estados e distante apenas 130 quilômetros de Cambé.
Melhor que no PR – “Para mim, é um sonho que estamos conseguindo realizar”, afirma Douglas, referindo-se ao crescimento, salientando que neste ano, por causa dos problemas climáticos ocorridos no Paraná, a rentabilidade está sendo maior nas áreas do programa.
Enquanto em Cambé e Rolândia a expectativa é de uma produtividade de 45 sacas de soja por hectare, em Nantes a média esperada é maior, por volta de 50 sacas. Mas como nas áreas do programa o custo com arrendamento é bem menor em comparação ao praticado no Paraná, o resultado final acaba sendo superior.
“Sempre tivemos rentabilidade com a participação no programa”, comenta o cooperado, que a cada ano tem aumentado suas áreas em pelo menos 30%, “e nosso objetivo é continuar expandindo”.
O produtor conta que, por enquanto, vem reinvestindo tudo na modernização do parque de maquinários, visando a ter estrutura para manter o seu ritmo de crescimento. E que, como estratégia para produzir bem, o melhor é realizar o plantio um pouco mais tarde, entre o final de outubro e início de novembro, a exemplo do que fez neste ciclo.
Para o engenheiro agrônomo César Nardi, da Cocamar, que assiste tecnicamente o cooperado Douglas Chiconato, o sucesso dos produtores no programa está diretamente relacionado à forma como eles conduzem suas lavouras. “É preciso que o foco e a atenção sejam os mesmos dados às suas terras, fazendo as aplicações, por exemplo, nos momentos certos.”
O programa – O gerente de negócios da Cocamar, Marco Antônio de Paula, que idealizou e responde desde o início pela coordenação do programa de renovação de áreas de canaviais, informa que foram cultivados 28,8 mil hectares com soja no Pontal do Paranapanema, em parceria com três usinas.
Do total da área, ao menos 30% de lavouras apresentam desenvolvimento satisfatório, com previsão de produtividade de 50 sacas por hectare ou acima desse patamar. Nos 70% restantes, as médias devem ficar um pouco abaixo, como reflexo dos períodos de estiagem, causados pelo fenômeno La Niña, que castigaram várias regiões brasileiras.
De qualquer forma, o programa deve resultar na produção de 55 mil toneladas de soja, montante que, somado à comercialização de insumos, gera uma movimentação financeira superior a R$ 230 milhões.
A Cocamar coordena o arrendamento com as usinas, presta orientação técnica aos produtores, fornece os insumos e recebe as safras em suas unidades de Mirante do Paranapanema, Iepê e Cruzália.
“Neste ano, o programa representou a salvação para muitos produtores que não conseguiram boas médias no Paraná”, observa de Paula, mencionando ainda que a realização se reflete positivamente na economia de diversos municípios paulistas.
Sobre o Rally – O Rally Cocamar de Produtividade, em sua sétima edição consecutiva, conta com o patrocínio das seguintes empresas: Basf, Fairfax do Brasil – Seguros Corporativos, Fertilizantes Viridian, Zacarias Chevrolet e Sicredi União PR/SP (principais), Cocamar Máquinas, Lubrificantes Texaco, Estratégia Ambiental e Irrigação Cocamar (institucionais), com apoio da Aprosoja/PR, Cesb e Unicampo.