O exercício de 2021 entra para a história como o melhor dos 51 anos da Coopavel. O faturamento chegou a R$ 4,94 bilhões, 42% maior que o de 2020, o recorde anterior. Mesmo com o anúncio do mais expressivo desempenho da cooperativa desde a fundação, a principal notícia da Assembleia Geral Ordinária (foto) realizada na terça-feira, dia 18, foi que a nova diretoria, eleita para o período de 2022 ao fim de 2025, será a última de um modelo de gestão iniciado em 1970 no qual os cargos executivos são ocupados por cooperados.
O presidente Dilvo Grolli lembrou que a Coopavel é o resultado do sonho dos fundadores e de todos que se doam ao projeto da cooperativa. “Mas é hora de trilhar um novo caminho para o futuro, que começa com uma ampla reforma estatutária. Toda transição é desafiadora e cria oportunidades que queremos compartilhar. Estamos elaborando um plano com clareza e transparência. Um plano estratégico inspirado no melhor da governança empresarial”, destacou Dilvo.
O presidente ressaltou que o tempo não para e é preciso saber o momento certo de decidir e agir. “Estamos preparando a Coopavel já há três anos, com bases bastante sólidas, para chegar ao fim de 2025 com faturamento de R$ 10 bilhões e iniciar então uma nova era na história da cooperativa”.
O professor Zaki Akel Sobrinho, da consultoria contratada para conduzir a Coopavel a esse novo momento de mudança, afirmou na assembleia que a transição será muito bem preparada e estruturada. A futura composição da diretoria terá um presidente executivo e quatro diretores (profissionais), um conselho fiscal e um conselho administrativo formado por cooperados.
Liquidez – Um dos números mais expressivos apresentados na AGO comprova os avanços que a Coopavel experimentou principalmente nos últimos quatro anos. No comparativo entre ativo e passivo circulante, o valor em 2021 chegou a R$ 500 milhões de liquidez. Todos os pontos colocados em apreciação dos sócios, durante a AGO, foram aprovados por unanimidade – prestação de contas do Conselho de Administração, destinação das sobras do exercício de 2021, plano de atividades para 2022, eleição e posse dos conselhos de Administração e Fiscal.
Alguns dos períodos mais importantes da história da Coopavel foram pontuados durante o evento. Dilvo falou da crise de 1986 que por pouco não levou a cooperativa à insolvência. “Para cada R$ 1 em patrimônio, tínhamos R$ 3 em dívidas”, lembrou ele, citando esforços e estratégias necessárias para, em cinco anos, recolocar a Coopavel nos trilhos. Entre a destituição da diretoria de então à posse dos novos diretores foram 18 meses. “Ninguém queria assumir uma situação daquelas, até que conseguimos criar um núcleo, com a liderança de Salazar Barreiros, Ibrahim Faiad e Dilvo Grolli, que seria aprovado pelos associados”.
De um cenário de salários e de pagamentos a funcionários e a sócios atrasados e de renegociação com fornecedores, a Coopavel saiu da crise mais forte e hoje está entre as 15 maiores do Brasil – atualmente, o País conta com mais de 1,2 mil cooperativas agropecuárias em atividade. Três diretores e 11 funcionários, que enfrentaram os dramas da metade da década de 1980, foram homenageados durante a AGO.
“Esse gesto simboliza a bravura, a coragem, o trabalho e a determinação de todos que contribuíram para que a nossa cooperativa pudesse se recompor e trilhar uma trajetória de sucesso”, agradeceu Dilvo Grolli. Emocionados, diretores, colaboradores e cooperados se pronunciaram e se disseram gratos a todos que ajudaram a Coopavel a superar o seu pior momento em 51 anos.