A Cocamar demonstra na prática que o uso de tecnologias adequadas, com um acompanhamento técnico especializado, não apenas possibilita a produção de soja em solos de consistência muita arenosa do noroeste do Paraná, como pode levar a altas produtividades. No noroeste do estado, o solo predominante é o arenito caiuá.
Foi o que aconteceu na safra 2022/23 na Unidade de Difusão de Tecnologias (UDT) da cooperativa em Guairaçá, município da região de Paranavaí. “Foi a nossa quarta safra de soja com a utilização da irrigação na região de Paranavaí”, conta o gerente executivo técnico Renato Watanabe, explicando que os resultados têm se mostrado economicamente viáveis mesmo com os custos da irrigação. A produtividade média chegou a 61,4 sacas por hectare nos últimos quatro anos. Sem a utilização de pivô, a média é de 28,1 sacas por hectare no mesmo local.
“A tendência é que agora a produtividade aumente. Estamos com um protocolo de diversificação para o inverno, com foco em culturas que tragam também melhorias físicas e biológicas ao solo. Em regiões de solos mais arenosos, o manejo é extremamente importante para termos sustentabilidade no sistema”, avalia Watanabe.
Para se ter uma ideia, quatro variedades cultivadas alcançaram as seguintes médias: 65,6, 70, 72,2 e 72,9 sacas/hectare.
O plantio foi concentrado no dia 27 de outubro e a colheita se deu no dia 20 de março. Durante esse período, os pluviômetros da UDT registraram 975 mm de precipitação acumulada, temperatura média de 24,3 °C para a máxima de 35,2 °C e mínima de 11,3 °C. Como a área possui estrutura de irrigação com pivô central, foram realizadas dez sessões de irrigação com o total de 112 mm.
Segundo o engenheiro agrônomo Takao Hashiguti, coordenador da UDT de Guairaçá, a área servida com pivô compreende 12 hectares. Já o solo apresenta uma porcentagem de argila que varia entre 8 a 10%, com 85% de areia (60% areia grossa e 25% fina).