Cooperados e técnicos da Cocamar Cooperativa Agroindustrial que conquistaram as primeiras colocações no Prêmio de Super Produtividade de Soja dos ciclos 2023/24 e 2024/25, cumpriram extensa agenda de visitas durante a última semana a regiões produtoras dos Estados Unidos. A viagem iniciada no dia 24/8 será finalizada nesta terça-feira (02/09), quando a delegação retorna a Maringá, e faz parte da premiação aos ganhadores.
No roteiro, além de Indiana, eles estiveram nos estados de Illinois e Iowa, na região do meio oeste, onde foram recebidos em propriedades de referência, instituições de pesquisa e empresas. Entre as propriedades rurais, conheceram a Whiskey Acres Distilling, de 750 hectares, que tem foco na produção de milho, trigo e centeio, de cujas matérias-primas é produzido uísque do tipo Bourbon, e com o desenvolvimento de híbridos específicos para conferir mais sabor ao produto.
Por sua vez, no Crystal Creek Enterprises, a família Campbell, moradora no condado de Clinton desde 1854, há oito gerações dedica-se ao cultivo de soja e milho para semente, sendo toda a operação alimentada com energia solar, incorporando técnicas agrícolas sustentáveis. Em outra região, mantiveram contato com três produtores que juntos cultivam mais de 4,5 mil hectares, compartilhando estruturas de armazenagem, máquinas e equipamentos para diluição de custos fixos. Na Universidade de Illinois, dialogaram com pesquisadores e técnicos brasileiros envolvidos com pesquisas agrícolas, sobre como produzir soja e milho com altas produtividades. E na Farm Progress Show, uma das maiores feiras tecnológicas para o agronegócio em todo o mundo, conheceram uma série de novas tecnologias.
De acordo com o gerente executivo técnico da Cocamar, Renato Watanabe, o grupo teve acesso a estudo sobre a crescente demanda de etanol e biocombustíveis nos EUA e no plano internacional. No país, os veículos flex aceitam entre 10% e 12% de etanol da mistura com a gasolina, sendo que os biocombustíveis ajudam a estabilizar os preços do milho, devido à alta demanda. Em linhas gerais, os produtores brasileiros foram informados da realização de estudos para o uso mais eficiente de nitrogênio e a adoção de produtos biológicos para complementar a adubação. Ocorre que o uso elevado de adubação nitrogenada nos EUA está causando problemas de contaminação de lençóis freáticos e rios.
Eles conheceram ainda variedades de milho de uma estatura mais baixa, o short corn, resistente a ventos e a tombamento, desenvolvido por melhoramento tradicional ou biotecnologia, e que tem previsão de chegar aos mercados americano e brasileiro nas próximas duas ou três safras. “No Brasil, o milho de porte menor permitirá maior facilidade de manejo, entrada de autopropelidos para controle de pragas e a aplicação de fungicidas, sem necessidade de avião ou drone”, afirma.
Os brasileiros estiveram ainda nas instalações da fabricante de máquinas agrícolas John Deere e na companhia Corteva onde, nessa última, conheceram o processo de desenvolvimento de defensivos com suas formulações, combinações e dosagens.