5º Show Rural de Inverno recebe 38.290 visitantes e destaca cultivares

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Recordes de público e de expositores. Essa foi a síntese apresentada na tarde desta quinta-feira (29/08) pelo presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, ao fazer balanço dos resultados finais do 5º Show Rural de Inverno, realizado de terça a quinta-feira, 27 a 29, no parque tecnológico da cooperativa, em Cascavel, no Oeste do Paraná.

“Quero agradecer aos visitantes, expositores, parceiros, colaboradores da Coopavel e a todos que contribuíram para que essa quinta edição fosse realizada com sucesso”, disse Grolli. Número expressivo de alunos de colégios e instituições com cursos nas áreas das Ciências Agrárias também participaram e tiveram acesso a novidades sobre as culturas recomendadas para os meses frios do ano.

Além do melhor em cultivares de trigo e culturas de inverno, a quinta edição trouxe como novidades o ciclo de manejo e nutrição para gado de leite, Congresso Paranaense de Agricultura de Baixo Carbono, Vitrine Tecnológica de Agroecologia e apresentação de todas as marcas do portfólio da Coopavel.

“Ainda tivemos a presença, em palestras especiais, de grandes nomes da agronomia nacional, como os doutores Marco Antônio Nogueira e de Elmar Floss”, destaca Dilvo. Outra novidade foi a integração ao evento de novas estruturas físicas, como de quatro pavilhões, com 400 metros quadrados cada, ocupados pelas atividades da pecuária e das indústrias da cooperativa. Destaque ainda à presença de grande número de mulheres agricultoras.

Palestra Elmar Floss – O doutor em Ecofisiologia, professor e agrônomo há quase 50 anos, Elmar Luiz Floss, fez uma das palestras técnicas especiais do 5º Show Rural Coopavel de Inverno, que neste ano reuniu 42 expositores de terça a quinta-feira, 27 a 29 de agosto. Floss informou sobre o avanço da cultura do trigo no Brasil e afirmou que, observando as recomendações corretamente, é possível atingir produtividades de até 6,4 mil quilos por hectare, bem superior à média nacional e paranaense, respectivamente, de 2,9 mil e de 3,2 mil quilos por hectare.

O professor lembrou que o trigo é uma cultura sagrada aos cristãos e que acompanha a humanidade há dez mil anos. Um dos grandes responsáveis pelo avanço do trigo, em qualidade e produtividade, é o pesquisador norte-americano Norman Borloug, ganhador em 1970 do Prêmio Nobel da Paz pela evolução que trouxe à cultura. Norman, que entendia “que só há paz quando as pessoas estão bem alimentadas”, contribuiu, por exemplo, para transformar o México de importador a exportador e algumas das cultivares que ele ajudou a desenvolver chegaram no Brasil e no interior do Paraná.

Os principais desafios de produzir o grão, são: aumentar a produtividade, qualidade, rentabilidade e sustentabilidade. Durante muitos anos, o Paraná foi líder na produção do cereal, mas atualmente é o Rio Grande do Sul. Todavia, segundo Floss, o Paraná poderá voltar à liderança e se consolidar como grande produtor nacional em breve. Atualmente, há cultivares melhores, mais produtivas e rentáveis e que se adaptam mais eficientemente às condições de solo e clima, além das modernas técnicas de manejo disponíveis.

Evolução – O professor explicou que em 1976 o Brasil produzia em 3,5 milhões de hectares e as safras alcançavam 3,2 milhões de toneladas. Em 2022, ano da maior colheita de trigo da história do País, foram plantados 3 milhões de hectares e a produção alcançou 10,5 milhões de toneladas. Para ser autossuficiente, o Brasil precisa de 13 milhões de toneladas. A produtividade, de 1976 a 2022, saltou de 980 quilos/hectare para 3,4 mil quilos/hectare.

Elmar Floss mostrou o caminho para aumentar o rendimento. A meta é alcançar 400 espigas por hectare que então renderão 6,4 mil quilos. A Finlândia, ilustrou o professor, chega a produzir dez toneladas de trigo em um único hectare. E o que é preciso, perguntou Floss, para ter a população ideal de plantas. A resposta está em adequar as propriedades do solo, escolher a melhor cultivar e sementes de vigor para emergir sadias, qualidade da semeadura, nutrição e adubação racional, rigoroso controle de plantas daninhas e pragas e minimizar o estresse.

Outro aspecto fundamental para elevar produtividade e rendimento, conforme o professor Floss, está na busca da melhor eficiência fisiológica, possível a partir da emergência rápida e uniforme, nutrição equilibrada, maior enraizamento e afilhamento, busca de máxima capacidade de produção de biomassa, de formação e enchimento de grãos.

Os principais fatores para alto rendimento, enumerou Floss, são: escolher a melhor genética, manejo, clima e equilíbrios nutricional e hormonal. Associar o milho ao nabo forrageiro e à aveia, por exemplo, cria boas condições para avanços em produtividade, enquanto que o plantio de trigo sobre trigo, de trigo sobre centeio e de trigo sobre triticale são cenários ruins.

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