Embrapa também formaliza parceria com Emater/RS-Ascar para ações conjuntas de difusão de tecnologias sustentáveis voltadas à agropecuária gaúcha.
A Embrapa participa desde o dia 24 deste mês até 1º de setembro da 47º Expointer, em Esteio (RS), com lançamento e apresentação de tecnologias que podem impactar o desenvolvimento e a recuperação da agropecuária gaúcha, bem como ajudar a mitigar os efeitos da mudança do clima. As soluções atendem, principalmente, temas como agroflorestas, pecuária, fruticultura, olericultura, agricultura familiar e rastreabilidade.
O ato de lançamento é dia 29 de setembro, às 15h30min, em estande do governo federal, coordenado pela Secretaria Extraordinária para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, no Pavilhão Internacional. A participação completa da Embrapa pode ser conferida em www.embrapa.br/expointer
Outro destaque é a cooperação-técnica que será formalizada entre a Embrapa e a Emater/RS-Ascar para a realização de ações conjuntas para difusão de tecnologias sustentáveis voltadas à agropecuária gaúcha e ligadas à “Plataforma para Mitigação de Efeitos Climáticos Adversos na Agropecuária da Região Sul do Brasil para o enfrentamento das consequências das enchentes e das mudanças climáticas” e à iniciativa Recupera Rural RS. O ato também será no dia 29, a partir das 17h, no espaço da Emater/RS-Ascar na Expointer.
Lançamentos – Em apoio à mitigação da emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE), a Embrapa Pecuária Sul (RS) lança a CarbonGado, uma calculadora que auxilia na estimativa e mitigação da emissão de gases de efeito estufa do rebanho bovino de corte, a partir de um algoritmo elaborado em parceria com a Universidade Federal do Pampa (Unipampa). E também disponibiliza a publicação “Análise das emissões de metano entérico do rebanho de bovinos de corte do Rio Grande do Sul”, que, entre outros aspectos, aborda algumas ferramentas para mitigação das emissões.
Além disso, a Unidade de Bagé apresenta o Intergen Genômico (foto em destaque), uma nova versão do software de avaliação genética de bovinos de corte, que passa a atender mais programas de melhoramento de raças bovinas. E também lança a 2ª edição do Sumário Brangus+, em parceria com a Associação Brasileira de Brangus (ABB), e o Sumário PampaPlus, em parceria com a Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB). Ambos auxiliam na avaliação e seleção de genéticas superiores para as respectivas raças.
Na fruticultura, a Embrapa Uva e Vinho (RS) lança, em parceria com a empresa Jardim dos Clones, a BRS Gala JVZ64 – cujo fruto será apresentado comercialmente como Purple Gala®. A cultivar é a primeira brasileira do grupo Gala do tipo “full color”, ou seja, com a casca de coloração vermelha compacta sem as tradicionais estrias. O material é mais precoce no desenvolvimento da cor do que as Galas tradicionais, facilitando o manejo e reduzindo a colheita escalonada dos frutos.
Outra cultivar em lançamento na fruticultura é a amora-preta BRS Karajá, da Embrapa Clima Temperado (RS), que se destaca pelo porte ereto e pela ausência de espinhos nas hastes, facilitando o manejo. Nessa mesma área, a Unidade também apresenta a publicação “Nogueira-pecã: Cultivo, benefícios e perspectivas”, que abriga informações técnicas sobre todo o contexto produtivo da nogueira-pecã e que pode auxiliar os produtores afetados pelas adversidades climáticas no manejo para recuperação dos pomares.
Por fim, a Embrapa Clima Temperado ainda lança o “Observatório das Agroflorestas do Extremo Sul do Brasil”, que reúne experiências bem sucedidas e informações sobre as Agroflorestas no território, dando subsídios ao investimento nesse tipo de sistema que pode ajudar na restauração ambiental. E também disponibiliza, em parceria com Embrapa Agricultura Digital (SP), Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz) e Arrozeira Pelotas, um primeiro lote de arroz rastreado por meio de ferramenta desenvolvida pela Embrapa que utiliza tecnologia blockchain, o Sibraar.
Assinaturas de parcerias – Além dos lançamentos, a Embrapa Pecuária Sul ainda assina carta de intenções com a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS) e com os sindicatos dos trabalhadores rurais de Pinheiro Machado (RS) e Caçapava do Sul (RS) para desenvolvimento do Projeto Qualigen, que tem por objetivo disponibilizar, aos produtores familiares, material genético de raças taurinas com genética superior, destaques em programas de avaliação e provas de desempenho.
A Embrapa Clima Temperado também lança, no ato do dia 29, o Agroecologia 2024, uma série de eventos simultâneos, realizados na Estação Experimental Cascata (EEC), em Pelotas (RS), que reúne tecnologias e iniciativas voltadas a uma agricultura de base ecológica. Neste ano, o tema transversal é “Recuperação com Agroecologia”. E, além dos eventos realizados ao longo do ano que recebem o selo “Agroecologia”, a programação oficial prevê três dias de atividades, a serem realizadas de 4 a 6 de dezembro de 2024.
Como as tecnologias podem ajudar os agricultores? – Os materiais ligados à área de hortaliças, como as cultivares de batata Batata BRS F183 (Potira), Batata BRS F50 (Cecília) e Batata BRS Gaia; e as batatas-doce Batata-doce BRS Rubissol, Batata-doce BRS Cuia e Batata-doce BRS Amélia têm ligação direta com segurança alimentar. Ambas as espécies têm potencial de produzir cerca de 50 toneladas em um hectare, gerando alimento e renda em pouca área e em curto espaço de tempo – entre 100 e 120 dias.
Da mesma forma, na fruticultura, o morango BRS DC25 (Fênix), lançado na Expointer no ano passado, além de garantir alimento em pouco tempo, também pode ser produzido fora do solo a partir de algum investimento, contornando limitações de solo. Neste ano, a cultivar já está disponível aos consumidores nas principais regiões produtoras do País. A estimativa dos pesquisadores é de que cerca de 2 milhões de mudas tenham sido cultivadas.
Na área de recuperação de áreas degradadas, além do lançamento do “Observatório das Agroflorestas do Extremo Sul do Brasil”, a Embrapa ainda apresenta o Guia para identificação de mudas de espécies arbóreas indicadas para restauração florestal no Rio Grande do Sul. Disponível gratuitamente on-line, a publicação ajuda a identificar as principais mudas de ocorrência natural no Estado para uso na restauração de formações florestais.
Ainda no âmbito da recuperação, a Embrapa demonstra, no espaço da Emater/RS-Ascar, uma diversidade de cultivares de espécies forrageiras, bem como práticas e sistemas como o Planejamento Forrageiro, o Pasto sobre Pasto e o Mirapasto. Estas estratégias, de diferentes maneiras, garantem alimento para os animais ao longo do ano de forma sustentável e resiliente; e ainda ajudam a reverter a degradação das áreas. De modo geral, as forrageiras melhoram a qualidade físico-química do solo.