A Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC) associou-se às entidades do agronegócio preocupadas com os efeitos da confirmação do foco de Doença de Newcastle (DNC) no município gaúcho de Anta Gorda. O presidente da OCESC, Vanir Zanatta (foto no alto), destacou o empenho da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) que, em primeira hora, adotou ações sanitárias específicas visando garantir a proteção do estado e dar segurança aos países importadores. O dirigente alertou sobre as grandes perdas econômicas que a doença pode causar com a restrição no comércio internacional, com a suspensão das exportações de aves, carnes e outros produtos avícolas.
Entre as ações colocadas em prática estão a análise da movimentação animal e produtos de origem animal oriundos da região do foco, o direcionamento da atividade de vigilância ativa em propriedades que receberam animais daquela região nos últimos 30 dias, e orientação aos Postos de Fiscalização Agropecuária (PFFs) da divisa sul para desinfecção de todos os veículos provenientes da região do foco.
Os médicos-veterinários da Cidasc também foram orientados a manter a avaliação criteriosa nos atendimentos de casos suspeitos de Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves (SRN), na qual a Doença de Newcastle (DNC) e a Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) são enquadradas. Além de intensificar as orientações durante as vigilâncias e certificações de rotina, tanto em plantéis de aves comerciais quanto em aves de subsistência, além da importância da biosseguridade na prevenção das doenças das aves.
O presidente da OCESC lembra que o Estado tornou-se “uma ilha de sanidade no Brasil, demonstrando possuir um dos mais confiáveis sistemas sanitários do país”. Essa condição resultou de esforços dos produtores rurais, das agroindústrias e do governo e deve ser preservado por um eficiente sistema de vigilância sanitária e atenção veterinária.
Zanatta assinala que o resultado do esforço dos avicultores em adequar os processos de produção ao longo de todos esses anos tem reconhecimento internacional. Santa Catarina é o segundo maior exportador de carne de frango do Brasil, e isso se deve, em grande parte, à implementação das normas de biosseguridade na avicultura comercial e ao trabalho da Cidasc, em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que desempenham um papel essencial na execução das ações normativas que incluem a biosseguridade como uma ferramenta essencial para impedir a entrada de doenças que possam afetar a produção catarinense.
Compromisso – Para isso, conta-se com o apoio de toda a população para manter o Estado livre de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) e da Doença de Newcastle (DNC), que são doenças das aves causadas por vírus. A transmissão dessas doenças ocorre pelo ar, água, alimentos e materiais contaminados, além do contato com aves doentes e de vida livre. A biosseguridade tem por objetivo prevenir a transmissão por meio de medidas como a cloração da água de dessedentação das aves, restrição de acesso de pessoas e materiais nas granjas, e principalmente evitar o contato de aves de vida livre com as aves de produção.
De notificação obrigatória à Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA), a Doença de Newcastle (DNC) é uma enfermidade viral que afeta aves domésticas e silvestres, causando sinais clínicos respiratórios, frequentemente seguidos por manifestações nervosas, diarreia e edema da cabeça nestes animais, causando alta mortalidade em curtos espaços de tempo. É causada pela infecção por vírus pertencente ao grupo Paramixovírus aviário sorotipo 1 (APMV-1), virulento em aves de produção comercial.
Anteriormente, os últimos casos confirmados no Brasil ocorreram em 2006 em aves de subsistência, nos estados do Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Sul. É uma doença de comunicação imediata e obrigatória ao Serviço Veterinário Oficial (SVO): Cidasc e Ministério da Agricultura.