A pegada de carbono é uma medida do total de gases de efeito estufa (GEE), especialmente dióxido de carbono (CO2), emitidos direta ou indiretamente por uma pessoa, organização, evento ou produto ao longo de seu ciclo de vida. Isso inclui todas as etapas desde a produção de matéria-prima, fabricação, distribuição, uso e descarte final, assim como um simples consumo de energia elétrica dentro de nossa residência ou o combustível do veículo que estamos usando. A ideia por trás da pegada de carbono é quantificar o impacto ambiental das atividades humanas em termos de contribuição para o aquecimento global e as mudanças climáticas. Ao medir a pegada de carbono, é possível identificar as principais fontes de emissões de carbono e tomar medidas para reduzi-las.
A pegada de carbono pode ser calculada para indivíduos, empresas, produtos, eventos ou até mesmo para países inteiros. Existem várias metodologias e ferramentas disponíveis para calcular a pegada de carbono, que geralmente consideram fatores como o consumo de energia, transporte, alimentação, desperdício e outras atividades que geram emissões de GEE. Ao compreender e reduzir a pegada de carbono, as pessoas e organizações podem contribuir para a mitigação das mudanças climáticas e a transição para uma economia mais sustentável e de baixo carbono.
Pois bem, e onde fica o Brasil dentro deste assunto?
O Brasil assinou o Acordo de Paris na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21) em 2015, comprometendo-se a reduzir até 2025 suas emissões de gases de efeito estufa em até 37% (comparados aos níveis emitidos em 2005), estendendo essa meta para 43% até 2030. Entre as principais metas do governo brasileiro são, aumentar o uso de fontes alternativas de energia, aumentar a participação de bioenergias sustentáveis na matriz energética brasileira para 18% até 2030, utilizar tecnologias limpas nas indústrias, melhorar a infraestrutura dos transportes, diminuir o desmatamento e restaurar e reflorestar até 12 milhões de hectares. Outros 195 países também aderiram ao acordo em 2015.
E como é feita a neutralização da emissão desses gases?
A neutralização de carbono, também conhecida como compensação de carbono, é um processo pelo qual as emissões de carbono são equilibradas através de medidas que removem ou reduzem uma quantidade equivalente de dióxido de carbono (CO2) da atmosfera. Geralmente, as empresas ou indivíduos que desejam compensar suas emissões de carbono investem em projetos que contribuem para a redução das emissões de gases de efeito estufa, como a implantação de energias renováveis, a proteção de florestas ou o financiamento de tecnologias de captura e armazenamento de carbono. Essas ações visam neutralizar ou compensar as emissões de carbono associadas às suas atividades, tornando-as “carbono neutras”.
E essa foi a grande sacada da startup MeuAgro. Fundada no início de 2023 por Fabio Locci (Engenheiro de dados e CEO), Renata Sebastiani (Engenheira Agrônoma e Head de Produtos), Fabrisio Abreu (Agrônomos e Head Comercial) e por Gabriel Sales Locci, (Administrador e Head de Operações), os sócios enxergaram uma grande oportunidade no mercado de carbono onde as empresas poderiam neutralizar suas emissões de gases nas áreas de produtores rurais, os quais possuem áreas de conservação nativa obrigatória pelo código florestal, trazendo uma nova fonte de renda ao campo.
E o melhor de tudo, não só grandes produtores, mas principalmente pequenos e médios produtores conseguem disponibilizar suas áreas para negociação através de projetos de viabilidade do CAR (Cadastro Rural Ambiental) a um custo baixo e com rentabilidade alta a médio prazo. E, da outra ponta, as empresas também conseguem se adequar mais rapidamente às metas de redução de emissões de gases com a compensação nessas áreas nativas pagando um valor mais acessível à capacidade financeira e em menor tempo de execução de até 90 dias. Todo esse projeto foi feito 100% por medições de satélite, com altíssima segurança dos polígonos nas áreas nativas analisadas de um produtor, e, do lado das emissões de gases durante a Expocafé, a MeuAgro quantificou o total de toneladas gases emitidos e neutralizou na área verde protegida e escolhida para esse evento. Foi então emitido um título de crédito verde na operação, registrando no Banco Central e evitando assim, qualquer fraude do início ao final do processo.
A MeuAgro é 1ª empresa certificada no Brasil pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) em processos de carbono, tanto do lado da cadeia do produtor, quanto do lado da cadeia do comprador, com a inclusão de títulos de crédito verde no final do processo, assegurando práticas responsáveis e transparentes em todas as etapas. Com essa validação de toda cadeia do carbono emitido, foi gerado o Selo MeuCarbono Neutro que auditou todo esse processo produtor x empresa, onde para a Expocafé representou uma grande conquista, reafirmando seu compromisso com um futuro mais sustentável e inovador no mercado cafeicultor e por um Brasil mais verde. Este ano, a ExpoCafé 2024 fez a sua 27ª edição de um jeito muito especial, tornando-se o 1º evento Carbono Neutro da Cafeicultura no país, com o selo MeuCarbono Neutro, da startup MeuAgro, que conta com sede em Três Pontas/MG
Renata Sebastiani é Cofundadora da MeuAgro.