30 de maio de 2024

Cooperativismo no Agro Brasil e o desenvolvimento rural sustentável

Em um mundo em constante transformação e momento desafiador da economia, o setor agrícola se destaca como um dos mais dinâmicos. Diante desse contexto, o cooperativismo emerge como uma abordagem estratégica, oferecendo uma solução poderosa para impulsionar ainda mais o agronegócio. Segundo o anuário da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o Brasil possui 1.185 cooperativas agropecuárias, o que representa cerca de 25% das 4.693 associações nacionais, que juntas chegam a somar cerca de 1 milhão de cooperados, 250 mil trabalhadores e 54% dos grãos colhidos no país. O faturamento global das dez maiores coopperativas agropeucárias foi de R$157 bilhões na safra 2022/23, segundo a Forbes. Isso mostra como o cooperativismo no agronegócio vem se destacando nos últimos anos, desempenhando um papel fundamental no fortalecimento das comunidades rurais e auxiliando no desenvolvimento econômico sustentável do país.

No agronegócio as cooperativas se dividem em diversos setores, com atuação desde setores primários como produção de grãos, pecuária, produção leiteira, avicultura, fruticultura até atuação em atividades de processamento, industrialização, armazenamento, logística e comercialização de produtos agrícolas. Além disso, variam em tamanho, tendo desde pequenas organizações locais até grandes cooperativas que operam em escala nacional e internacional. O modelo cooperativo no agronegócio brasileiro destaca-se em uma série de vantagens, entre elas, o papel do cooperativismo e associativismo no fortalecimento das comunidades rurais, promovendo a colaboração, a troca de conhecimentos, principalmente para pequenos e médios agricultores, contribuindo para o desenvolvimento local e a melhoria da qualidade de vida no campo.

Além disso, a união dos agricultores em cooperativas proporciona uma melhor capacidade de enfrentar crises econômicas, desastres naturais e outros riscos, ao mesmo tempo em que amplia seu poder de negociação no mercado. Isso é fundamental em um setor onde os preços frequentemente sofrem oscilações e as margens de lucro são estreitas. As cooperativas garantem vantagens na negociação de preços de insumos, equipamentos e serviços, tornando as operações agrícolas mais sustentáveis e lucrativas.

Outro aspecto importante a se destacar é o papel das cooperativas na promoção da inovação e transferência de tecnologia no agronegócio. Ao fornecer plataformas para compartilhar melhores práticas, adotar novas tecnologias e se adaptar às mudanças do mercado e do ambiente, as cooperativas impulsionam a produtividade e a competitividade dos agricultores. Além disso, as cooperativas no agronegócio brasileiro têm desempenhado um papel crucial na implementação de práticas sustentáveis de produção e conservação ambiental. Por meio de iniciativas como o uso responsável de recursos naturais, adoção de técnicas de cultivo integradas e investimento em energias renováveis, as cooperativas estão contribuindo para a mitigação dos impactos ambientais da atividade agrícola e promovendo a preservação dos ecossistemas naturais. Essa abordagem sustentável não apenas protege o meio ambiente, mas também assegura a viabilidade econômica das operações agrícolas a longo prazo.

No entanto, apesar dos benefícios que oferecem, as cooperativas agrícolas no Brasil enfrentam desafios que são comuns ao agronegócio, como falta de infraestrutura, questões regulatórias e tributárias complexas, dificuldades de acesso a crédito e financiamento, bem como desafios relacionados à sucessão familiar, gestão e governança. Em resumo, o mercado de cooperativas e associativismo no agronegócio brasileiro é dinâmico e diversificado, desempenhando um papel crucial no desenvolvimento econômico, ambiental e social do país. Enfrentando desafios significativos, as cooperativas encontram oportunidades para crescimento, especialmente com a crescente demanda por alimentos, avanços tecnológicos e a busca por práticas agrícolas mais sustentáveis. O futuro do setor depende da capacidade de enfrentar esses desafios com soluções inovadoras e colaborativas. 

Mauricio Moraes é sócio da PwC Brasil e líder de Agribusiness (FOTO AO ALTO).
Fabio Pereira é diretor da PwC Brasil e especialista em Agribusiness.

 

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