Café, a bebida que ganha dois meses de comemoração no Brasil

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Bruna Malta entrevista

O Brasil é o país do café. Essa afirmação não é apenas um clichê, mas uma realidade que se reflete nos números e na cultura do nosso país. Somos o maior produtor e exportador de café do mundo, além do segundo maior consumidor, atrás apenas dos Estados Unidos. Essa paixão nacional pela bebida é tão intensa que merece ser celebrada não apenas em um, mas em dois meses consecutivos: o Mês Nacional do Café, em maio, e o Mês Mundial do Café, em abril. O Brasil comemora o Dia Nacional do Café nesta sexta-feira, 24 de maio.

O café vai além de uma simples bebida para despertar pela manhã. É um ritual diário, uma pausa para apreciar o sabor e o aroma dessa bebida que conquistou o paladar de milhões de pessoas. Seja quente ou gelado, expresso ou coado, em dias frios ou quentes, o queridinho dos lares brasileiros está presente  em todas as ocasiões, desde a hora de acordar e, para os mais aventureiros, até antes de dormir. Tem gente que o consome para começar o dia com produtividade, ao mesmo tempo que há quem prefira uma xícara somente para relaxar após um dia atarefado.

Entre 2019 e 2023, a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), em parceria com o Instituto Axxus, descobriu que 81% das pessoas têm o hábito de tomar café. Dentre os 4,2 mil entrevistados, 29% consomem mais de seis xícaras por dia, enquanto 46% ficam entre três e cinco xícaras. A verdade é que não há regras para o consumo dessa bebida, que, muito mais do que um hábito, é um momento  de prazer e de conexão com a cultura do nosso país.

Mas o que faz do café um verdadeiro símbolo nacional?

Um dos maiores fatores que contribui para a sua popularidade é a qualidade dos cafés nacionais. O Brasil é conhecido pela diversidade de suas regiões produtoras, cada uma com suas características de solo, clima e altitude, que conferem sabores únicos aos grãos. Essa riqueza permite que os brasileiros produzam bebidas com notas sensoriais distintas, que agradam a todos os paladares.

Além disso, o café está intrinsecamente ligado à nossa história e identidade cultural, representando uma das principais atividades econômicas do país. Segundo a Conab, somente no ano passado, o consumo no Brasil correspondeu a 55,07 milhões de sacas produzidas na safra e, a cada dia, cria tendências que impulsionam um novo perfil de consumidores brasileiros.

Um exemplo disso são as famosas cafeterias especializadas, que usam diferentes técnicas criativas para a preparação do café para colocá-lo à mesa como um elemento da gastronomia. É um universo de possibilidades: expresso, cappuccino, macchiato, chemex, aeropress… Todas as variações despertam a curiosidade dos consumidores, que tentam reproduzir as receitas dentro de casa, por meio de prensas francesas e cafeteiras de cápsulas.

O café é um símbolo de tradição e modo de vida e, cada vez mais, os brasileiros valorizam a sua importância para a identidade histórica, econômica e cultural do nosso país. Portanto, que o Mês Nacional do Café seja um momento de apreciar as possibilidades dos grãos brasileiros, levando essa paixão para o mundo.

Bruna Malta, produtora de café e fundadora do Olinto Café.

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