O senador Sergio Moro (União) afirmou nesta manhã, em entrevista coletiva concedida na sede administrativa da Coopavel, em Cascavel (PR), que ficou impressionado com o tamanho e a pujança do Show Rural 2023, realizado pela cooperativa de hoje até a sexta-feira (10/02). Moro, que foi ministro da Justiça no governo Bolsonaro, disse que o Agronegócio brasileiro vem conseguindo avanços importantes e que o setor precisa de condições para poder manter essa trajetória.
Ele apontou duas dessas condições, que considera as mais importantes e que dizem respeito ao papel do governo federal. A primeira é que o governo não atrapalhe o agronegócio, com medidas ou iniciativas que prejudiquem as atividades do setor. A segunda é fornecer o ambiente necessário para o agro continuar crescendo.
Moro acrescentou que o setor convive ao mesmo tempo com uma expectativa positiva e com uma certa apreensão em relação aos passos que governo federal deve dar na área econômica. A preocupação, segundo ele, é com as metas de controle inflacionário. “Não vimos até o momento projetos de estabilização da economia”, disse.
O ex-ministro reforçou que já definiu, no Senado, como oposição ao governo de Lula e que a preocupação dele como parlamentar é com o atual governo. Mesmo assim, sua atuação não deve se resumir a esse papel. Questionado sobre a possibilidade de surgir uma nova direita desconectada do Bolsonarismo, ele afirmou que há espaço sim para uma oposição democrática e racional. Moro pretende retomar pautas que considera importantes para o país, como segurança pública e combate à corrupção.
A luta contra a corrupção é, segundo ele, uma pauta “meio morta” no país, um tema que se tornou uma espécie de tabú. Lembrou que o Trevo das Cataratas, na BR-277, em Cascavel, que dá acesso ao parque de exposições da Coopavel, foi uma obra realizada com recursos repassados por empresas envolvidas com corrupção. Essas empresas foram punidas no âmbito da Operação Lava Jato.
Carta de reivindicações – O senador Sergio Moro recebeu no fim da manhã desta segunda-feira, durante o 35º Show Rural Coopavel, um documento com reivindicações do setor do agronegócio. Redigido pelo Sindicato Rural de Cascavel, o texto traz uma série de solicitações que repercutem anseios de uma cadeia produtiva responsável por 27% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro.
“O agronegócio é responsável por gerar mais de R$ 1,2 trilhão aos cofres públicos todos os anos, por empregar milhões de pessoas e por contribuir com o processo de desenvolvimento econômico e social do nosso País”, afirma o presidente do Sindicato, o agropecuarista Paulo Roberto Orso. A missão e o talento do produtor rural brasileiro, conforme Orso, é trabalhar e produzir alimentos que abastecem a mesa de cerca de um bilhão de pessoas em todo o mundo.
Para que o agro nacional siga seu curso de crescimento, o Sindicato Rural de Cascavel entende como imprescindível a observação dos seguintes pontos:
1) Defesa irrestrita ao Direito à Propriedade, ameaçado pelo avanço das discussões sobre a destinação de terras produtivas e cumpridoras de seus compromissos legais e tributários, para fins de transformação em território indígena.
2) Acompanhamento do Parlamento na condução do processo de renegociação do Tratado de Itaipu, priorizando, na escala de interesses nacionais, as demandas dos territórios localizados em seu entorno, representados pelos municípios afetados diretamente e indiretamente.
3) Inclusão como prioridade na pauta do Poder Legislativo o debate sobre a consolidação definitiva dos títulos de propriedades rurais localizadas na área da Faixa de Fronteira.
4) Apoio do Senado da República à retomada das negociações envolvendo a nova licitação para duplicação de rodovias paranaenses, com compromisso de redução de tarifas, retirada de outorga onerosa e segurança jurídica na defesa do interesse público.
5) Inserção da luta pela retomada das obras de duplicação do trecho entre Cascavel e Marmeleiro e Toledo e Guaíra da BR 163, fundamentais para o desenvolvimento regional, bem como da Construção do Terminal de Cargas do Aeroporto Regional do Oeste do Paraná, em Cascavel, na pauta de prioridades do Poder Legislativo.
6) Apoio no combate à aprovação do fracking como modelo de atividade econômica ou como forma de exploração de bens minerais.