26 de julho de 2022

Uma semana para o 21º Congresso Brasileiro do Agronegócio

Realizado anualmente desde 2002, o Congresso Brasileiro do Agronegócio (CBA), organizado pela Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), em parceria com a B3, já faz parte da agenda dos principais formadores de opinião e dos executivos que atuam no agronegócio brasileiro. Na última edição presencial, realizada em 2019, o CBA trabalhou com a temática “Agro: Momento Decisivo” e contou com a participação de mais de 800 pessoas, além de 170 jornalistas de todo o país. Em 2021, apenas no formato on-line, o CBA contou com a significativa marca de 8.170 acessos realizados durante a transmissão, por pessoas do Brasil e de mais de 27 países.

Integrar para fortalecer
Entramos em 2022 com uma forte divisão na sociedade brasileira – situação vivenciada em países democráticos de uma forma geral -, e em um cenário de inflação, juros altos, campanha eleitoral para cargos majoritários, uma herança de pesada dívida fiscal e complexas relações entre os poderes públicos, a economia sofre. As reformas essenciais para romper com quatro décadas de paralisia, praticamente sem crescimento, precisam acontecer o mais rapidamente possível. Desse modo, trabalhar as questões econômicas, fiscais, jurídicas e políticas é essencial para a manutenção do setor que, apesar das circunstâncias seguiu adiante, o agronegócio pujante e capaz de suprir as demandas por alimentos no mundo.

Mas, é preciso também trabalhar as relações internacionais, pois a geopolítica interfere diretamente no agro brasileiro competitivo e na segurança alimentar global. Nesse novo mundo que emerge pós pandemia e cenário de conflito, o Brasil é o grande convidado a participar nas perspectivas de segurança alimentar e de descarbonização em nível global. Essa é a relevância competitiva e seu protagonismo no agro é fundamental ao país e às expectativas globais de abastecimento. A sociedade brasileira vai se posicionando claramente sobre o tema e as empresas produtoras abraçando esse novo momento da história.

Geopolítica, Segurança Alimentar e Interesses
Como envolve as relações entre as nações, a geopolítica tem grande peso sobre o presente momento. Hoje, dois grandes eventos – a pandemia e o conflito no leste europeu com a invasão da Rússia na Ucrânia – são impactantes e estão em curso, sem previsão clara de cenário. Nesse contexto, mercados importantes se desorganizam e preços de produtos dão saltos com pressão inflacionária geral nos países. Essa instabilidade dificulta que os governos tomem decisões com interesses convergentes. Assim, apinhado de conflitos, condições climáticas extremas e crises econômicas, cresce a insegurança alimentar no mundo, aponta os relatórios da Organização das Nações Unidas (ONU).

Certamente, em tempos de conflitos, o futuro é ainda mais incerto do que o habitual, e que novos eventos climáticos e geopolíticos vão permear as próximas décadas, mas o caminho do Brasil, assim como, sua mensagem ao mundo deve ser claro: o país é capaz de apoiar à segurança alimentar e energética, marcando seu DNA verde na nova estrutura global.
Na matriz energética nacional, a produção e o consumo das fontes de energia limpa protegem o meio ambiente e melhoram a qualidade de vida. A Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) usou referências regulatórias dos Estados Unidos e da União Europeia. Esse instrumento apoia a indústria de biocombustíveis até em países emergentes e ajuda o Brasil atingir as suas metas do Acordo de Paris (COP 15).

Agronegócio: Ambiente e Mercados
Nas últimas quatro décadas, o Brasil introduziu de forma exitosa práticas agrícolas sustentáveis, como o sistema de plantio direto, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e a fixação biológica de nitrogênio, entre outras. A expansão desse modelo de agricultura tropicalizada pendem ainda mais com a implementação do Código Florestal e o Plano de Agricultura de Baixo Carbono (ABC). O Brasil precisa ser ainda mais competitivo e, sobretudo, sustentável, pois os mercados globais têm acompanhado constantemente as políticas públicas relacionadas à proteção do meio ambiente e, no nosso caso, da Amazônia. Há ainda a tendência de os países subsidiarem, protegerem e terem medidas de precaução para a importação de alimentos e produtos agropecuários, mesmo com o espectro da fome. Assim, competitividade significa ser produtivo em todas as frentes, na lógica da Produtividade Total dos Fatores (PTF), e ser sustentável na forma de produzir e de efetivar suas leis ambientais, reduzindo as emissões de carbono. Ou seja, incluir a sustentabilidade na avaliação da competitividade representa a grande mudança global da valorização econômica, social e ambiental, com regras legais e morais.

Agronegócio: Tecnologia e Integração
Tendo como base os avanços contínuos da ciência, as instituições de pesquisa, desenvolvimento e inovação (p, d & i) no Brasil, seja pública e privada, tiveram papel marcante para o desenvolvimento da agropecuária tropical. A proliferação desse conhecimento proporcionou ao país abastecer o mercado local e exportar alimentos para outros países ao redor do mundo. Sabe-se que a sociedade sempre aspirará por produção maior e melhor para garantir a segurança alimentar. Temos na integração das culturas agrícolas com as pastagens e florestas uma alternativa pródiga para diversificar os sistemas produtivos brasileiros. Apesar de terem sido fundamentais para chegarmos neste estágio atual de progresso nos sistemas de cultivos, esse é um dos grandes embates a serem enfrentados pela pesquisa e a produção.

Agronegócio: Perspectivas 2023 | 2026
Passados 40 anos de experiências intervencionistas, com décadas perdidas e crescimento pífio, nos últimos anos, uma tentativa de governo esbarrou em diversas crises – econômica, sanitária, política e global, trazendo para as eleições de 2022 os riscos de velhas armadilhas. Mesmo em fase de populismos e protecionismos dos países mais importantes no mundo, o Brasil pode estabelecer essa agenda prioritária, a fim de recuperar a confiança interna e externa no país. É urgente o retorno de um dinamismo na economia, que trará novas oportunidades às empresas e aos brasileiros, permitindo, desse modo, a recolocação do país no futuro e novo momento global. Neste século, o Brasil consolidou posição de destaque como exportador de alimentos no cenário mundial. Sustentar e crescer esse protagonismo exigirá muita atenção do próximo governo para atrair capitais. Nas relações do país com o mundo, enquanto a produção sustentável fortalece a boa imagem agroambiental, as negociações comerciais flexíveis ajudam superar problemas ligados às políticas e tipos de governo.

 

Canal AgroRevenda

 

Papo de Prateleira

 

Newsletter

Receba nossa newsletter semanalmente. Cadastre-se gratuitamente.