25 de março de 2022

GA + Intergado é tecnologia para maior eficiência alimentar

A eficiência alimentar é uma característica cada vez mais utilizada na pecuária brasileira, especialmente por promover sustentabilidade ambiental e econômica do setor, tornando-se um diferencial competitivo para os produtores. Embora mais consolidada na pecuária de corte, também tem recebido destaque no setor leiteiro no país. Tanto que, no ano passado, tornou-se um indicador fundamental no sumário do Programa de Melhoramento Genético 2B (PMG2B), uma parceria entre a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a empresa Agronegócios 2B.

A eficiência alimentar em gado de leite, explica Fábio Luiz Buranelo Toral, 42 anos, professor da UFMG e colaborador do PMG2B, sempre foi estudada pela perspectiva da nutrição. A ideia de trazer o melhoramento genético para a eficiência alimentar na área leiteira se deu com o propósito de promover benefício para selecionadores e usuários de genética superior. E os resultados começaram a aparecer: os benefícios econômicos com os animais mais eficientes analisados no programa foram de até R$ 2 mil, em relação aos menos eficientes. Isso pode ser alcançado com a redução de custo (menos alimento para uma mesma quantidade de leite produzida) ou aumento da produção de leite por vaca por lactação (mais leite com uma mesma quantidade de alimento). “O tamanho da diferença entre os mais e menos eficientes é importante. A gente chega a ter uma diferença de quase quatro quilos de leite por dia, com uma mesma quantidade de ração, ou uma economia de quase dois quilos de matéria seca de ração por dia por uma mesma quantidade de leite”, afirma o zootecnista, ao abordar os achados do experimento que avaliou a eficiência alimentar de 25 vacas Gir Leiteiro em 2020.

O maior custo na produção animal é a alimentação, por isso, obter ganhos de eficiência em seu principal custo representa maior rentabilidade e sustentabilidade do negócio, avalia Adriano Fróes Bicalho, médico veterinário e gestor da Agronegócios 2B. “O incremento desta característica representa uma inovação no melhoramento genético de zebuínos leiteiros no país e um diferencial extremamente importante do PMG2B. Além disso, serve como experimento para geração de dados e validação de análise genômica no nosso rebanho para essa característica”, avalia Bicalho.

Promover melhoramento genético para eficiência alimentar requer equipamentos sofisticados para medir, diária e individualmente, o consumo de matéria seca e o peso dos animais, bem como modelos estatísticos robustos para quantificar efeitos de fatores genéticos e não genéticos que influenciam as características. “A produção de leite já era algo mensurado rotineiramente na fazenda, então a gente não precisou de uma tecnologia para medir a produção. Porém, era necessário medir o consumo diário e individual. E é aí que entra o cocho eletrônico. Também precisávamos avaliar o crescimento do animal, porque ele está comendo, produzindo leite, mas o corpo também está crescendo, e aí vem a balança eletrônica. Além disso, era preciso integrar todos esses dados, gerar informações fáceis para o produtor interpretar e, posteriormente, fazer sua tomada de decisão”, diz Toral, ao enfatizar o papel da tecnologia como forte aliada da eficiência alimentar.

Cochos eletrônicos geram, de forma precisa, dados de consumo e de comportamento alimentar. Os comedouros ficam apoiados sobre células de carga, possibilitando o registro eletrônico do alimento consumido por cada animal. Isso permite acompanhar a eficiência alimentar do rebanho. Também há uma balança que pode ser instalada em frente ao bebedouro no curral. O equipamento realiza a pesagem de forma voluntária todas as vezes que os animais bebem água (momento sem stress), fornecendo os pesos individuais em tempo real. Tanto o cocho quanto a balança reconhecem o animal por meio do brinco eletrônico e enviam automaticamente os dados de consumo e peso coletados para um sistema em nuvem. Essa nuvem funciona como um banco de dados, pois armazena as informações e as envia em tempo real para o Sistema Intergado Efficiency. Esse software realiza análise estatística, gera alertas e disponibiliza as informações que darão suporte nas tomadas de decisão dos produtores. É uma solução tecnológica completa que integra um conjunto de equipamentos de alta precisão, com softwares avançados e ferramentas de análise.

“Ao se utilizar cochos eletrônicos, eliminam-se problemas da mensuração manual, que individualiza os animais que serão mensurados. Sabemos que os ruminantes são animais gregários, ou seja, o comportamento se dá em rebanho. Com os cochos eletrônicos, o animal fica em grupo, porém é possível calcular a quantidade de alimento ofertado, o consumo individual e a sobra do dia seguinte. Com isso, é possível fazer o cálculo em 24 horas”, salienta Luigi Cavalcanti, médico veterinário, doutor em Zootecnia e chefe de P&D de GA + Intergado.

A tecnologia para medir o consumo e o desempenho dos animais é uma patente brasileira desenvolvida pela Intergado e está presente em oito países. A solução é composta por um sistema robusto de IoT que integra hardware (cochos eletrônicos, plataformas de pesagem e componentes), software (Intergado Efficiency) e inteligência analítica com o tratamento e interpretação dos dados (Robô MAX). A GA + Intergado, grupo detentor da tecnologia, fornece, em tempo real, dados associados ao comportamento de ingestão de alimentos e água, além do ganho de peso diário de cada animal, necessários para o cálculo da eficiência alimentar. A coleta se dá de forma voluntária e automática, sem a necessidade de contenção e manejo dos animais. Isso tudo pode ser acessado por computador, celular ou tablet. E os benefícios de se realizar as provas de eficiência alimentar na própria fazenda são inúmeros, tanto para a saúde do rebanho (redução do estresse) quanto para os ganhos do produtor, com redução de mão de obra, economia de tempo e menor custo com logística.

A solução Intergado Efficiency tornou a realização de provas mais acessível para os produtores e ampliou em mais de 1.200% a quantidade de animais avaliados – em 2015, foram 792, passando para 10.913 em 2021. Só neste ano, já foram 3.172 avaliações. Hoje a base de dados da Intergado conta com mais de 35,5 mil animais avaliados para eficiência alimentar.

Tipo de informações geradas pelo Sistema Intergado Efficiency

Consumo por visita
Consumo diário de alimento
Taxa de consumo
Tempo e frequência de visitas ao cocho
Horário dos tratos e quantidade fornecida
Monitoramento da sobra
Ocupação dos equipamentos

Sobre GA + Intergado
Duas das mais relevantes empresas de tecnologia focadas na gestão da informação e da precisão na pecuária, GA + Intergado atuam em oito países e dominam 68% do mercado de confinamento, além da liderança na gestão da rastreabilidade e participação significativa na produção a pasto, gerindo informações de mais de 6 milhões de cabeças por ano. Além disso, monitoram mais de 100 mil animais e dominam 96% do mercado de eficiência alimentar, com uma base de dados de mais de 33 mil animais avaliados.

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