Cooperativas debatem atual situação do mercado do leite

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ocb lacteos

A Câmara do Leite do Sistema OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) se reuniu nesta segunda-feira (14/02), para apresentar e compilar informações de mercado de leite e derivados, gerando subsídios para tomada de decisões e formulações de marcos regulatórios. O analista de Desenvolvimento da Gerência Técnica (Getec) da Ocepar, Alexandre Amorim Monteiro, participou do encontro, realizado por meio de plataforma virtual.

Na pauta, o grupo discutiu os desafios para o setor em especial a crescente pressão dos custos de produção. Mesmo em um bom momento, marcado pelos altos patamares de preços do leite no campo, a rentabilidade baixa para o produtor tem reduzido os resultados. Para a indústria, a dificuldade está em repassar a valorização da matéria-prima aos derivados, visto que a perda do poder de compra do brasileiro freou a demanda por lácteos, diante do momento econômico que o Brasil vem vivendo.

No cenário das exportações, a boa notícia é que a importação vem diminuindo, o que alivia um pouco a dinâmica do mercado interno. Segundo análise do site MilkPoint, no mês de janeiro as exportações tiveram um aumento de aproximadamente 52% em relação ao mês de dezembro, com um acréscimo de 5 milhões de litros no volume exportado. Comparando com 2020, as exportações também foram maiores este ano, com um aumento de 7,2 milhões de litros, representando um acréscimo de aproximadamente 96% no volume exportado, ou seja, no mês de janeiro deste ano foi exportado quase o dobro do volume comparando-se com o mesmo período do ano de 2021.

O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) aponta que com relação às importações de lácteos, os patamares elevados da moeda norte-americana podem limitar as aquisições em 2022, como ocorreu no ano anterior, tornando a oferta de leite mais enxuta. Do lado da demanda, o cenário macroeconômico sinaliza um ano mais desafiador, por conta do alto patamar de desemprego, das elevações da inflação e da taxa de juros e do maior endividamento das famílias. A demanda por lácteos é fortemente impactada pela perda do poder de compra do consumidor brasileiro, sobretudo para produtos com maior valor agregado.

Além disso, o centro destaca que os custos de produção devem continuar espremendo as margens dos pecuaristas em 2022. As expectativas para os preços de grãos são de patamares um pouco mais baixos que os atuais; porém, os gastos com fertilizantes, suplementos minerais, combustível e energia devem permanecer elevados. Esse cenário pode continuar reduzindo investimentos produtivos, como já ocorreu em 2021, limitando ainda mais o potencial de crescimento da atividade. O que acende um alerta para a Câmara do Leite, que tem a missão de construir em conjunto com as cooperativas ações que fortaleçam o setor neste momento desafiador.

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