16 de maio de 2021

Bolsonaro nas manifestações: “Brasil em pé graças ao homem do campo”

O presidente Jair Bolsonaro reuniu milhares de apoiadores em ato pró-governo na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, neste sábado (15.mai.2021). Em seu discurso, chamou Lula de “bandido de 9 dedos” e disse que se as eleições de 2022 não tiverem voto auditável, o ex-presidente pode ganhar “pela fraude”. “Se tiraram da cadeia o maior canalha da história do Brasil, se para esse canalha foi dado o direito de concorrer, o que me parece é que se não tivermos o voto auditável, esse canalha pela fraude ganha as eleições do ano que vem.  Nós não podemos admitir um sistema eleitoral que é passível de fraude. E eu tenho dito se o nosso Congresso Nacional aprovar a PEC do voto auditável da Bia Kicis, e ela for promulgada, nos teremos voto impresso em 22″, disse o presidente.

O presidente foi chamado de “mito” pelos apoiadores. Disse que muitos ali querem “uma solução rápida para tudo”, mas que no governo dele “não desafiamos nem queremos confronto com ninguém”. “Sei que muitos de vocês querem o imediatismo, a solução rápida para tudo. Pode ter certeza. Hoje meus 22 ministros estão perfeitamente alinhados com o propósito maior de servir a sua pátria, e de preservar a nossa liberdade com sacrifício até da própria vida se necessário for”. Disse ainda que “o maior poder do Brasil não é o Executivo, não é o Judiciário e não é o Legislativo, o maior poder são vocês”. Voltou a criticar a imprensa dizendo que ser elogiado pela Folha de S.Paulo ou pela Globo pode fazer ministros perderem o cargo. Bolsonaro afirmou “apanhar 24 horas por dia” da mídia. “Mas o que esses caras não entendem é que eu sou ‘imbrochável’”, disse.

RIO E EQUADOR

Bolsonaro afirmou que no próximo domingo (23.mai.2021) vai participar de um passeio com motociclistas no Rio de Janeiro, contrariando as recomendações de distanciamento social. “A gente tem que se arriscar, tem que saber o que o povo pensa. Só podemos saber se andarmos ao lado dele”. Depois, embarca para o Equador, “país que deu uma guinada à direita”. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou neste sábado (15.mai.2021) que o agronegócio “é o melhor amigo do meio ambiente”. Também disse que “as cidades é que poluem”. Salles discursou em ato bolsonarista na Esplanada. Quando o ministro subiu no carro de som, o apresentador do evento cometeu um ato falho. Disse: “Ele que representa o agro”. Na sequência, corrigiu para “a preservação”.

O Poder360 destaca outras falas de ministros no evento:

  • Tarcísio Freitas (Infraestrutura): “aquela história de o Brasil ser eficiente da porteira para dentro e não da porteira para fora vai mudar”;
  • Pedro Guimarães (presidente da Caixa): “a Caixa nunca deu tanto lucro e agora vai entrar no Plano Safra”;
  • Braga Netto (Defesa): “O agro é a força desse país, as forças armadas estão aqui para proteger os senhores, para que os senhores possam produzir”.

Enquanto Braga Netto discursava, o público gritava “Eu autorizo!”. Repetem as palavras de ordem da manifestação de 1º de maio. Do carro de som, um dos coordenadores do evento afirmou: “Vamos autorizar o nosso presidente Bolsonaro a fazer tudo dentro da legalidade para que o nosso artigo 5º seja respeitado, nos só queremos liberdade para trabalhar”. Não é a primeira vez que bolsonaristas e o próprio presidente falam sobre o artigo 5º da Constituição. Em abril, Bolsonaro afirmou que os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) “estupraram” o artigo 5º da Constituição. Ele falava sobre a decisão da Corte que garantiu que prefeitos e governadores pudessem decidir sobre medidas de restrição para conter a pandemia.

Confira a fala completa de Jair Bolsonaro, Presidente da República, no Movimento Brasil Verde Amarelo: 

“Agradeço a Deus pela minha vida, e que pelas mãos de vocês me colocou na presidência. Hoje, mais uma vez, vocês vêm às ruas para mostrar para alguns poucos que vocês sabem o potencial do Brasil e onde ele pode chegar, bem como o que pode ser feito. Confesso que as eleições estavam incertas, mas aconteceu. Quis o destino que chegássemos aqui, e nós por décadas quase nos acostumamos com o fato de que, no momento em que o político assume o cargo, ele muda seu discurso e suas ações.

Eu conheço essa esquerda desde a década de 1970, cheguei no Congresso em 1991, enfrentei por 28 anos uma guerra ideológica. Tudo o que nos acusavam, provamos ser o contrário. Assumimos o governo, pegamos um Brasil praticamente destroçado ética, moral e economicamente. Não foi fácil formar osministérios. Enfrentamos pressão, rompemos barreiras, escalamos um time que vem dando conta do recado. Mas o nosso maior patrimônio é a fé e a crença no seu país.
Eu respeito a família. Queremos que nossos filhos sejam melhores que nós. A minha vontade de vencer com vocês é maior do que o universo.

Tenham certeza, fé em Deus e respeito a vocês. Quando eu deixar a presidência, deixaremos um Brasil melhor do que recebi em janeiro de 2019. Esta pandemia não tem sido fácil. Governadores e prefeitos estão destruindo empregos com o ‘fique em casa e a economia a gente vê depois’. O Brasil se mantém em pé em grande parte graças ao homem do campo que não parou, aos caminhoneiros que não deixaram de transportar e ao nosso agro, que além de alimentar os brasileiros, alimentam também mais de 1 bilhão de pessoas mundo afora. O nosso agro irá muito mais longe, porque por parte do governo, o agro brasileiro encontrou um ambiente saudável, liderado pela nossa brilhante Tereza Cristina, nosso Ricardo Salles, que tanto é criticado, como Tarcísio, na iminência de ser adotado pelo Estado de São Paulo. O Tarcísio consegue fazer muito com poucos recursos, muito mais do que antigos gestores da pasta.

Nosso compromisso, sei que muito de vocês quererem solução rápida para tudo. Pode ter certeza que meus 22 ministros estão perfeitamente alinhados para servir sua pátria e preservar nossa liberdade com sacrifício até da própria vida se necessário for. Tudo a seu tempo. O maior poder do Brasil não é o Legislativo, nem o Judiciário, nem o Executivo. O maior poder são vocês. Não pensem que nós não nos indignamos, que não nos preparamos para mudar o quadro que aos poucos avançava sobre nossos direitos e garantias. Não queremos confronto com ninguém, mas não ousem roubar a liberdade do nosso povo. Vocês têm todo o direito de ir e vir, o direito a crença, o direito de trabalhar e sem qualquer critério esses direitos foram suprimidos por algum tempo. Acabou esse tempo, e isso não voltará a acontecer, afinal, esse dispositivo constitucional é dever de todos nós respeitar.

Se alguém prepara a terra e plantar, é porque quer colher lá na frente. Se tiraram da cadeia o maior canalha da história brasileira e foi dado a ele o direito de concorrer, me parece que se não tiver voto auditável, esse canalha ganha as eleições ano que vem. Não podemos admitir um sistema eleitoral passível de fraude. Se o Congresso aprovar a PEC do voto auditável e ela for promulgada, teremos voto impresso em 2022″.

 

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