6 de janeiro de 2021

Lideranças, por favor: somem ‘esperança equilibrista’ com resiliência pulsante

primeira semana do ano, após a virada do calendário, veio a sensação de renovo, que entretanto pode logo ter dado espaço para uma sensação de continuidade sombria de um 2020 jamais pensado. Só que a “esperança equilibrista”, há anos sabe, que “o show de todo artista tem de continuar”, já dizia a canção interpretada por Elis Regina, do compositor Aldir Blanc. Agora o que se espera? Que à esperança se some resiliência pulsante. Que seria isso? Acabo de inventar.

Entendo por resiliência a habilidade – isto mesmo, algo que podemos aprender, estimular, desenvolver etc. – de, diante de um desafio ou problema enfrentado, venha a pessoa (ou grupo) se regenerar, e uma vez aprendido o que tiver de aprender com este, seguir em frente com muita consciência do vivido e das escolhas feitas para reagir. Penso ainda que resiliência nos tempos de agora deve ser pulsante na vida das pessoas, das organizações e da sociedade como um todo – sendo inclusive possível de ser objeto de decisões institucionais, empresariais e políticas.

Esse pulsar representa que a pluralidade de desafios tem sido tão grande que as pessoas devem praticamente experimentar a resiliência cadenciada, ritmada, vibrante, fortalecida, viva, isto é: pulsante. Se antes os momentos do convite à resiliência pareciam mais raros, se apresentam neste início de 2021 quase de maneira ininterrupta. Não se trata de viver em estado de alerta exaustivo, porém, de um convite à consciência da realidade e da tomada de decisões de impacto positivo na própria vida e na dos outros.

E qual é essa realidade? A dos efeitos catastróficos da Pandemia sobre a vida, nas mais diversas áreas. Ainda aqueles que não perderam familiares e amigos, danos irreparáveis, há aqueles que sentiram impacto na saúde, no trabalho, na educação, entre outros direitos. Pouco provável, mas se neste momento você que lê isto não sentiu impacto algum, acredito que basta uma percepção um pouco mais detida, uma pausa na retrospectiva de 2020 que ainda pode ser feita, e ao menos algo sutil será encontrado, ainda que no entorno com reflexos, eis que o ritmo da vida mudou para todos.

E assim, a “dor pungente” de certo convocará a soma de “esperança equilibrista” com resiliência pulsante. Em um Brasil tão complexo, neste ano em específico, não há que se esperar após Carnaval para a retomada de atividades. O líder atento, de si mesmo e de outros, já estava se mexendo mesmo antes do Réveillon e ainda é tempo.

Aline da Silva Freitas é professora de Direito Público da Universidade Presbiteriana Mackenzie Campinas, onde titulou-se Mestre em Direito Político e Econômico. É Doutoranda em Direitos Humanos pela Universidade de São Paulo.

Canal AgroRevenda

 

Papo de Prateleira

 

Newsletter

Receba nossa newsletter semanalmente. Cadastre-se gratuitamente.