9 de abril de 2020

Grandes empresas podem emprestar risco de crédito

Medida pode salvar empresas e empregos no período de recessão.

A antecipação a fornecedores por meio de fintechs pode assegurar a força que as micro, pequenas e médias empresas precisam para enfrentar a crise devido à pandemia do novo coronavírus. Sem custos para a maioria das grandes empresas e com juros extremamente baixos aos fornecedores, estas operações financeiras contribuem diretamente para a sustentabilidade econômica de todos: as empresas menores, por terem assegurado capital de giro; as grandes corporações, que ao promoverem a antecipação contribuem para a sustentabilidade econômica da cadeia produtiva; e a sociedade, uma vez que atividades e empregos são mantidos.

O projeto ‘Como fortalecer as pequenas e médias empresas da sua cadeia produtiva em meio à crise da Covid-19’, desenvolvido pela Giro.Tech, fintech com sede em Curitiba e que está sendo apresentado inicialmente para cooperativas agropecuárias e indústrias do agronegócio, mas que vale para todos os segmentos da economia. A antecipação financeira por fintech é uma forma solidária das grandes empresas atuarem em sua cadeia produtiva.

Na proposta da Giro.Tech, programas com foco na sustentabilidade financeira dos fornecedores possuem condições especiais para a taxa de intermediação, que será mantida no valor mínimo de 0,045% até o final de 2020, independente do volume financeiro envolvido. Cada vez mais empresas estão buscando crédito para manter sua estrutura neste momento delicado. Sendo assim, esta solução é extremamente recomendável para minimizar os impactos da crise econômica no setor produtivo.

Em uma cooperativa agroindustrial do Paraná, por exemplo, formada por 1.109 cooperados e que oferece essa fonte de capital de giro aos seus fornecedores há um ano e meio, a procura por este tipo de crédito aumentou em mais de 130% desde o início da pandemia.

COMO FUNCIONA
A viabilidade do projeto é possível porque as grandes corporações ‘emprestam’ seu risco de crédito para a empresa menor. Esta é uma prática amplamente aplicada na Europa e vem se desenvolvendo rapidamente no Brasil. Agora, deve se expandir ainda mais, com essa nova realidade criada pela pandemia do novo coronavírus. Em síntese, a operação de antecipação de recebíveis ocorre da seguinte forma:

01 – As grandes corporações aderem ao programa de antecipação de recebíveis e conectam o seu “contas a pagar” à plataforma disponibilizado pela Fintech;

02 – As empresas menores (fornecedoras das grandes corporações) solicitam à Fintech contratada a antecipação de valores a receber;

03 – Após, uma instituição financeira realiza a antecipação acordada entre as empresas, por meio da gestão da Fintech.

A antecipação de recebíveis proposta cria uma relação mais saudável entre as partes integrantes. Ao contrário, por exemplo, de uma operação de factoring, que é originada pelo vendedor, temos na antecipação de recebíveis por fintech o comprador [grande empresa] como centro da operação, o que dá a garantia que esse titulo está livre de fraudes, e que vai ser pago pela compradora sem contestações. Assim, o risco assumido pela instituição financeira se resume ao risco de crédito da compradora, que gera um custo financeiro muito menor para a pequena empresa que busca capital de giro.

Ronaldo Oliveira é CEO da Giro.Tech

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