Afinal, o que impacta a produtividade na produção animal e na agricultura? O que não faltam ao Brasil são discussões sobre o tema, incluindo nutrição, manejo, sanidade, bem-estar animal, genética e tecnologia de ponta. Entretanto, um item normalmente passa desapercebido no âmbito dessas análises sobre os índices produtivos de uma fazenda: as cercas e os arames.
A relevância desse tema é comprovada pela seguinte estatística: cerca de 70% dos investimentos em infraestrutura de uma propriedade rural são feitos em cercas! Em 2018, as cercas rurais movimentaram R$ 6,1 bilhões. Esse montante é superior, por exemplo, à venda de produtos veterinários. É um negócio robusto.
A cerca é a primeira etapa para tornar uma fazenda mais produtiva e lucrativa. O processo inicia-se pela escolha do tipo de arame ideal para determinada região e alinhado ao custo-benefício de cada propriedade. Uma estrutura sólida e bem equipada, por exemplo, garante maior organização na entrada do curral dos animais, melhor controle de pressão de pastejo pelo gado, redução do uso de adubos e fertilizantes, além de possibilitar melhor gestão e controle dos nascimentos da bezerrada na estação reprodutiva, fator extremamente importante na atividade pecuária.
As cercas também pesam, e muito, para o aumento da produtividade. A divisão dos piquetes de gado com cerca é um bom exemplo, pois eleva a otimização do pasto e sua respectiva lotação, contribuindo com o melhor desempenho produtivo dos animais, proporcionando mais rentabilidade ao produtor, além também da redução de permanência dos bovinos na propriedade. É preciso ter em mente que quanto maior o nível de tecnificação de uma fazenda mais cercas serão necessárias. Mas para atingir a excelência e obter os melhores resultados possíveis, a escolha correta do tipo de arame é essencial nessa decisão.
O preço a pagar nas instalações é sempre um aspecto de grande atenção do produtor, já que ter as contas na ponta do lápis é essencial na gestão das fazendas, ainda mais nos tempos de hoje.
Por outro lado, quando analisamos os recursos usados em uma cerca e o seu tempo de vida útil, o investimento vale a pena, inclusive com preços extremamente acessíveis. O arame custa pouco mais de 20% do valor total de uma cerca, a madeira 45% e a mão-de-obra 35%.
Um exemplo: na região Norte, a implantação de 1 km de cerca de arame liso com cinco fios, com postes a cada cinco metros mais o custo de mão-de-obra, fica, em média, em torno de R$ 11 mil. A expectativa de durabilidade dos arames é de pouco mais de 10 anos. Dependendo da região, os preços oscilam para mais ou para menos.
A constante busca pela produtividade no agronegócio exige planejamento estratégico, conhecimento técnico, investimentos assertivos, além de insumos básicos de qualidade para a produção agrícola ou pecuária. Mas não se pode negar que as cercas possuem papel envolvente e relevante nas mais variadas etapas do dia o dia de uma propriedade rural.
Guilherme Vianna é gerente de negócios da Belgo Bekaert Arames
Fonte: Assessoria de Imprensa