Entidade reforça que o setor produz e respeita o Meio Ambiente no Estado, mas reclama de insegurança jurídica e pede mais respaldo político para seguir produzindo e oferecendo empregos.
A primeira edição do Workshop & Bate Papo da Associação Paulista dos Criadores de Suínos (APCS) e do Consórcio Suíno Paulista (CSP) em 2019 lotou a sala do Hotel Premium, em Campinas (SP), nesta segunda-feira, dia 25 de fevereiro. Mais de sessenta gerentes, encarregados e proprietários de granjas filiadas à APCS e ao CSP debateram durante o dia inteiro o tema “A Suinocultura e o Meio Ambiente”.
De manhã, os participantes acompanharam quatro palestras que trataram de questões ambientais como dejetos produzidos pelas granjas, os projetos de tratamento e produção de fertilizantes e energia, sustentabilidade e a legislação estadual e as exigências que abordam o assunto desde o início do ano passado. Discutiram e acompanharam um panorama das tecnologias validadas e atualmente disponíveis para uso nos sistemas produtivos, além de uma revisão dos conceitos e procedimentos de gestão ambiental já adotados nas unidades de produção de suínos.
“A gestão ambiental é um exercício dinâmico e, para seguir avançando, é preciso estar atento às novas tecnologias que surgem. Principalmente, rever permanentemente os procedimentos adotados para garantir a sustentabilidade ambiental da produção. Sem falar que promover uma gestão ambiental eficiente, capaz de garantir a perfeita harmonia entre a produção de suínos e a conservação dos recursos naturais, é uma condição essencial para a manutenção da competitividade de qualquer empresa suinícola”, defendeu Amanda de Oliveira, da Agroceres PIC, que abriu o workshop falando da “Gestão ambiental vivenciando a sustentabilidade mediante as Boas Práticas de Produção”.
Reinaldo da Costa Botelho, da Korin, abordou o “Tratamento dos resíduos sólidos e líquidos na Suinocultura”. Já Geraldo Tetsutaro Shukuri, da DB Genética Suína, discorreu sobre “As práticas ambientais na Europa”. Por último, Israel José da Silva, da Ourofino Saúde Animal, analisou a “Água e efluentes em Suinocultura. Estamos preparados para atender as novas tendências?”. “Através de tecnologias como a realização de compostagem, lagoas de tratamento e biodigestores, os processos realizam de maneira correta e eficiente o tratamento de resíduos que resultam em um material que poderá ser utilizado como biofertilizante. Sempre respeitando e atendendo as legislações ambientais vigentes”, argumentou Reinaldo da Costa Botelho.
A manhã terminou com uma série de perguntas e respostas envolvendo os quatro palestrantes, o público e o Presidente da Associação Paulista dos Criadores de Suínos (APCS), Valdomiro Ferreira Junior. Atualmente, São Paulo responde por aproximadamente um terço do consumo de toda a produção nacional, mais do que é exportado anualmente. Com o confinamento e a produção intensiva, houve um aumento significativo na geração de resíduos nas granjas.
“Estamos em um impasse ambiental envolvendo o destino dos dejetos das granjas desde as mudanças implementadas na legislação estadual. Sempre defendemos a atividade sustentável, de produção com qualidade e respeito ao meio ambiente. Mas vivemos uma situação muito delicada. Estamos sem segurança jurídica e muito menos segurança financeira para arcar com investimentos necessários para as adequações ambientais que estão sendo exigidas. É uma questão técnica, mas também exige abordagens jurídica e política. Trabalhamos, damos emprego, produzimos alimentos e respeitamos o meio ambiente neste Estado há quase cem anos. Existem famílias operando já na quinta geração. Precisamos que a sociedade e as instituições entendam que a legislação deve ser aplicada e orientada com base nas normas de uma atividade agropecuária”, defendeu Valdomiro Ferreira Junior.
À tarde, foi realizada uma reunião exclusiva com os gerentes das granjas. Na sequência, a APCS – Bolsa de Suínos definiu a nova referência para comercialização da carne suína em São Paulo em R$ 78,00 a R$ 80,00 a arroba, Condições Bolsa. E anotem. O próximo encontro já tem data marcada. Dia 22 de março, quando os produtores vão debater “Fábrica de ração em uma granja de suínos”.
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