29 de janeiro de 2019

Animais debilitados são sacrificados após rompimento da barragem de Brumadinho

Segundo médico veterinário, responsável pelos trabalhos, os bichos foram mortos porque o resgate deles não era possível. Outros foram alimentados e hidratados.

A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Minas Gerais informou que “existem animais que não reúnem condições para resgate com vida em decorrência do estado e características do local do desastre” após a tragédia em Brumadinho (MG). Em nota divulgada nesta terça-feira (29), o órgão afirma que “para esses casos, uma equipe de veterinários está apta a realizar a eutanásia por meio de injeção letal”.

O comunicado diz ainda que “em nenhum momento houve autorização por parte do Gabinete Militar do Governador/coordenadoria Estadual de Defesa Civil para o abate de animais aleatoriamente ou por meio de métodos em desacordo com as normas”.

Também em nota, a Polícia Rodoviária Federal, que atua no local da tragédia, informou que, nesta segunda-feira (28), uma de suas equipes sobrevoou a região à procura de animais. “Seguindo os protocolos estabelecidos para este tipo de situação, a equipe estava acompanhada de veterinários que faziam análise e triagem dos casos”, diz o texto.

O comunicado cita que “lamentavelmente, durante a triagem dos animais, foram encontrados três casos específicos de bovinos atolados na lama, em estado de exaustão e com fraturas de membros”. “Após análise da equipe veterinária, considerando a impossibilidade de adoção de outras medidas, foi tomada a decisão pela eutanásia daqueles animais. O procedimento foi orientado e supervisionado pela equipe veterinária sob a coordenação do comando da operação de resgate.”

Nesta terça, o tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, afirmou que “em alguns casos, o resgate não é viável pelo sofrimento do animal”.

“É mais interessante optar pela eutanásia. No caso de alguns animais, que sofreram fraturas e perfurações, não é ético insistir”, disse Aihara. “Seguimos as determinações e normativas. O abate só é feito após uma análise bastante cuidadosa e quando é devidamente autorizada. Via de regra, é feito com injeção letal, mas outras situações específicas devem ser analisadas. O Corpo de Bombeiros tem essa preocupação também.”

As mortes de animais em Brumadinho ganharam repercussão depois que ativistas fizeram críticas em redes sociais. Nesta terça, a ativista Luisa Mell, que está na cidade mineira, publicou um vídeo no Instagram no qual que falou: “Tá explicado, né?, gente, por que não me deixaram no helicóptero. Eles não queriam salvar os animais, eles queriam assassinar, que é o que eles estão fazendo (…), atirando do helicóptero”.

Animais resgatados – Até o momento, mais de 26 animais foram resgatados e estão recebendo cuidados. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e outros órgãos acompanham. A Defesa Civil afirma que eles são levados a um sítio da região, onde recebem tratamento, alimentação, medicamentos e são assistidos por veterinários. A Defesa Civil de Minas Gerais informa que há animais vivos nas áreas afetadas. “Eles estão recebendo alimentação, água e cuidados, até que seja possível resgatá-los”, diz o comunicado.

A tragédia em Brumadinho – A tragédia foi provocada pelo rompimento de uma barragem da mineradora Vale em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. Até o momento, há 65 mortes confirmadas – 31 vítimas foram identificadas. Autoridades dizem que a quantidade de mortos deve aumentar. Há também 288 pessoas desaparecidas. A barragem de rejeitos, que ficava na mina do Córrego do Feijão, se rompeu na sexta-feira (25). O mar de lama varreu a comunidade local e parte do centro administrativo e do refeitório da Vale. Entre as vítimas, estão moradores e funcionários da Vale. A vegetação e rios foram atingidos.

NÚMEROS DA TRAGÉDIA

65 mortos confirmados – 31 identificados
288 desaparecidos
192 resgatados
390 localizados

Fonte: G-1

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