14 de agosto de 2018

Revendas: vendas por barter estão travadas

Segundo ANDAV, atraso chega a 30% em relação ao mesmo período do ano passado.

Além de travar a comercialização futura de grãos, a indefinição em relação ao tabelamento do frete tem afetado o ritmo de operações de compra de insumos por barter. “Nossa produção é toda baseada em transporte rodoviário, então, sem o preço do frete, as compradoras de grãos pararam de precificar”, afirma Antônio Henrique Botelho Lima, presidente do Conselho Diretor da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários no VIII Congresso Andav. Segundo ele, o atraso chega a ser de 30% em relação ao mesmo período do ano passado. “As vendas estão represadas. O que avança hoje, e a passos de tartaruga, é a comercialização dos insumos em moeda”.

Apesar de ambém estar vivenciando um ritmo levemente mais lento nas operações de barter – de 10% a 15% -, a situação vem em linha com o esperado pela Bayer, segundo Carlos Branduliz, gerente nacional de barter da empresa. Para ele, o diferencial tem sido conseguir oferecer uma precificação para o produtor na modalidade física, em que as commodities são entregues na trading indicada pela Bayer. “As tradings estão reticentes em fazer compras retirando a soja no produtor, não querem tomar esse risco. Por outro lado, a Bayer tem ferramentas para fazer essa operação física já oferecendo precificação final, incluindo o frete”.

O presidente do Conselho Diretor da Andav não acredita, porém, que esse atraso na comercialização vá retardar o início do plantio da safra 2018/2019. “O que eu temo é que inicie com tecnologia diferente. O fertilizante é, hoje, o insumo mais impactado em termos de valor e você consegue realizar a semeadura sem ele, mas isso vai afetar a produtividade. E, se a situação se mantiver, pode ser que isso venha a acontecer”.

Além do aumento dos preços do frete e da valorização do dólar, os valores dos insumos também podem ter alta por conta do fechamento de várias fábricas de ingredientes ativos na China como forma de reduzir a poluição no país. “Existe a preocupação de que teremos um enxugamento na oferta quando a safra estiver estabelecida e sabemos que alguns produtos podem vir a faltar – ainda que tenham substitutos e muitos fornecedores. E uma oferta menor tende a elevar os preços”.

Glifosato e produtos ilegais – Em relação à suspensão da venda e registro de defensivos que contenham glifosato, abamectina e tiram, Lima acredita que a decisão vá ser revertida. “Temos confiança de que não vai para frente. É um insumo básico, altamente necessário para a agricultura de escala que temos. Seria um impacto absurdo na produção brasileira”.

Sobre a venda de produtos, principalmente defensivos, ilegais no país, o representante da Andav afirma que o governo deveria negociar diretamente a questão. “Não é só situação de segurança de fronteira, caso de polícia, mas de negociação de governo para governo, direta com o Paraguai, sobre o produto que está entrando ilegalmente”. Segundo ele, é difícil saber o percentual de insumos ilegais no país, mas que as estimativas giram em torno de 20%, sendo boa parte de contrabando.

Fonte: Portal DBO

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