O pecuarista brasileiro é um dos melhores selecionadores de bovinos do mundo, em diversas raças. O veredicto partiu do Gerente de Pecuária da Casa Branca Agropastoril, Heitor Pinheiro Machado, que recebeu os 21 jornalistas que participam do Road Tour 2018, nesta quarta-feira, em Silvianópolis (MG), na Fazenda de Recria Santa Ester. O negócio Casa Branca é um dos mais premiados programas de melhoramento genético da pecuária brasileira e um caso raro de trabalho com três raças: Brahman (zebu), Angus e Simental (europeias). A Casa Branca tem o seu próprio programa de seleção, realiza duas provas de ganho de peso de touros jovens por ano e agora está investindo em Genômica. Mantém um moderno laboratório de reprodução e no início deste ano comemorou o título recebido pelo touro ‘CABR Massumbe’ como Campeão Mundial Touro Brahman. “O Brasil importa material de qualidade, faz um excelente trabalho de seleção e melhoramento, em várias raças. A conquista de Massumbe é prova disso. Sem falar que a Casa Branca é considerada hoje um dos cinco melhores criatórios de Brahman do mundo. E agora daremos novo salto, com o advento da Genômica”, reforçou Heitor Machado.
O negócio Casa Branca busca há mais de dez anos as melhores linhagens do Angus, Brahman e Simental, nos melhores selecionadores do mundo: Estados Unidos, Canadá, África do Sul, Argentina e, no caso do Angus, Rio Grande do Sul. Busca incessante por adaptação máxima em condições tropicais. A seleção conta com Fertilização in Vitro (FIV) e Transferência de Embriões (TE), atividade coordenada pelo Médico Veterinário Pedro Ribeiro. Ao mesmo tempo, uma parceria com a Universidade Federal de Lavras (UFLA), e supervisão da professora Sarah Meirelles, garante a realização das provas de peso, que compreendem avaliação individual dos touros jovens e propiciam apontar os melhores animais em desempenho, carcaça, morfologia e adaptabilidade (no caso de Angus e Simental). A UFLA avalia características de desempenho econômico, como ganho de peso diário e peso final. Enquanto o professor Jaime Tarouco, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, examina na carcaça área de olho de lombo, espessura de gordura sub-cutânea e na picanha, além de porcentagem de gordura muscular. Ainda são feitas análises morfológicas (equilíbrio, raça, aprumos, reprodução e musculosidade), de temperatur e tamanho do pelo. Todos os dados compõem o Índice Final Casa Branca e a agropecuária emite os certificados para os touros classificados como Elite nas provas.
A Casa Branca envolve o trabalho em cinco fazendas localizadas no Sul de Minas Gerais. São 350 animais PO e 1.200 doadoras, tocadas no pasto e com suplementação. Além do plantel comercial. Vendem 350 touros por ano, em 23 estados brasileiros, além de países da América do Sul, por meio de um leilão anual e venda a preço fixo na fazenda e pela Internet. No ano passado, as vendas cresceram 12% e o valor médio por animal ficou em R$ 10 mil e R$ 12 mil. “Entre nossas metas, estão iniciar a venda de dez mil doses de sêmen do Massumbe e chegar a 500 touros por ano até 2021”, fala Heitor Pinheiro Machado. Sem falar no projeto próprio de genômica, que tem o objetivo de acelerar o melhoramento. Na primeira etapa, vai ser analisado o DNA de todos os animais da propriedade. A ideia é ganhar velocidade de ganho de peso no Brahman e a resistência ao carrapato no Angus e Simental. “Desejamos encontrar marcas no genoma que possam ser seguidas e utilizadas para os acasalamentos e promover o nascimento de um maior números de animais reconhecidamente resistentes aos carrapatos”, explica Fernando Garcia, da Agropartners e UNESP – Araçatuba, Coordenador do Programa de Genômica da Casa Branca. Todos os animais da seleção já tiveram seu DNA purificado e analisado no teste SNP chip, que investiga simultaneamente 150 mil variações do genoma de cada animal, permitindo gerar marcas para a seleção de várias características. Outra frente de pesquisa é usar na seleção a taxa de conversão alimentar, capacidade de ingerir menos alimentos e produzir o mesmo quilo de carne. Trabalho conjunto com a Central de Genética CRV Lagoa, que avalia o indicador de eficiência alimentar no seu Centro de Performance.
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