Recria lucrativa de bovinos

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A palavra recria significa “criar novamente”. Assim, quando compramos bezerros recém desmamados com o intuito de transformá-los em novilhos, nós seremos os responsáveis por esta transformação, ou seja, o desempenho destes animais está em nossas mãos.

O objetivo da fase de recria é desenvolver o animal para que ele possa expressar o máximo do seu potencial genético, imprimindo conformação e estrutura e, consequentemente, ganho em peso no menor tempo possível.

O manejo nutricional é o principal influenciador na produção de bovinos de corte. Com a variação na quantidade e qualidade das forragens ao longo do ano, devido a sazonalidade climática, as estratégias de suplementação são a principal ferramenta para influenciar nos índices produtivos e econômicos da propriedade.

Animais jovens que sofreram restrição alimentar podem resultar em animais adultos com baixos índices produtivos e menor peso. Portanto, as estratégias de suplementação existentes desde o nascimento até o abate são ferramentas que devem ser utilizadas para redução do tempo de abate.

A fase de crescimento em que o animal se encontra tem influência direta na utilização dos nutrientes da dieta, assim como na composição do ganho. Na Figura 1 é apresentada a curva de crescimento de bovinos proposta por Owens et al. (1993).

Figura 1. Curva de crescimento de Bovinos.

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Adaptado de OWENS et al., 1993.

Podemos observar que entre o nascimento (b) e a puberdade (c), os bovinos apresentam maior taxa de crescimento, proporcionando melhor conversão alimentar. Portanto, para aumentar a rentabilidade da produção de bovinos de corte devemos investir na suplementação durante a recria.

Como os animais em recria apresentam maior potencial de crescimento, o investimento em suplementação nesta fase pode acelerar o ganho em peso, aumentando a eficiência de produção, imprimindo melhor ganho em peso e estrutura aos animais, levando a benefícios produtivos e econômicos.

Conforme apresentado na Figura 2, a relação de troca do bezerro por boi gordo diminuiu ao longo dos anos.

Figura 2. Relação de troca bezerro/ boi gordo (16,5@), média anual

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Fonte: Dados do CEPEA/ESALQ

Além da diminuição no poder de compra da reposição, os custos com alimentação aumentaram, em média, 25,54% em 2016 devido ao aumento no preço dos insumos, favorecidos pelo aumento da exportação de grãos e a quebra na safra em decorrência da falta de chuva (Zen, et al. ,2016).

O aumento nos insumos teve impacto importante no confinamento, elevando o preço da arroba colocada. Por isso, existe a necessidade de produzir uma arroba mais barata a pasto antes da terminação em confinamento.

Para a recria eficiente de animais a pasto não basta simplesmente suplementar o animal. Devemos ter controle dos índices zootécnicos, manejo e adubação das pastagens para obtenção de altas performances. É fundamental o controle da suplementação, garantindo consumo na dosagem correta e utilização do suplemento adequado de acordo com a recomendação do técnico responsável.

Assim, para contornar o ágio da compra do bezerro e o aumento nos custos na terminação em confinamento, investir na suplementação da recria é a saída mais viável para encurtar ciclos e produzir uma arroba de forma eficiente e econômica, explorando a fase de crescimento do animal.

André Pastori D’Aurea é zootecnista, Doutor em Nutrição Animal e Consultor Técnico da Premix

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