Lindo dia aqui na capital da União Europeia, Bruxelas, e enquanto eu caminhava durante a hora do almoço de hoje, notei uma agitação em frente à loja da Louis Vuitton na avenida de Waterloo. Ao me aproximar, descobri que se tratava de uma manifestação organizada pela ONG GAIA (Global Action in the Interest of Animals), uma organização belga de defesa dos direitos dos animais fundada em 1992, que protestava contra o uso de pele animal pelo grupo LVMH.
Acredito que certas ações, como as da GAIA, não levam em consideração a realidade e a importância da indústria da proteína animal, onde a pele é frequentemente um subproduto da carne destinada à alimentação humana. Não utilizar esses subprodutos, que já estão disponíveis, me parece uma abordagem irrealista e pouco sensata.
Também é importante destacar que, embora as preocupações da GAIA com o bem-estar animal sejam legítimas, elas não levam em conta as complexidades econômicas e ambientais da indústria. O uso de subprodutos, como a pele, permite otimizar os recursos disponíveis e reduzir o desperdício. Ignorar essa realidade pode levar a soluções menos sustentáveis a longo prazo.
Além disso, atitudes como a da GAIA contribuem apenas para aumentar o protecionismo no comércio internacional por meio de barreiras não tarifárias. Ao pressionar por restrições que vão além das regulamentações sanitárias e ambientais já existentes, organizações como essa acabam favorecendo medidas que distorcem o livre comércio e prejudicam produtores de países em desenvolvimento como o nosso Brasil, sem necessariamente trazer benefícios concretos para o bem-estar animal.
Por isso, discordo totalmente da abordagem e das reivindicações deles. Além disso, me pergunto se os membros da GAIA realmente não têm nada mais importante para fazer na vida, considerando que não faltam desafios urgentes e de grande importância a serem resolvidos neste nosso planeta.
Jogi Oshiai é Chief Business Officer da Melo Advogados Associados.