O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou hoje a taxa Selic para 4,25% ao ano. A decisão foi anunciada no final da tarde, após reunião do colegiado. Segundo justificativa do Banco Central, o ambiente externo permanece desafiador em razão da conjuntura e da política econômica dos Estados Unidos, especialmente pela incerteza sobre a política comercial americana e seus efeitos.
Esse contexto tem gerado ainda mais dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Banco Central dos Estados Unidos, o FED e acerca do ritmo de crescimento nos demais países. O comitê avalia que o cenário externo continua exigindo cautela por parte dos países emergentes.
Na avaliação do cenário interno, o banco entende que o conjunto de indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho tem apresentado dinamismo, mesmo que tenham surgido sinais de “uma incipiente moderação no crescimento”. A inflação cheia e as medidas subjacentes mantiveram-se acima da meta para a inflação e novamente apresentaram elevação nas divulgações mais recentes.
As expectativas de inflação para 2025 e 2026 apuradas pela pesquisa Focus elevaram-se de forma relevante e situam-se em 5,7% e 4,5%, respectivamente. A projeção de inflação do Copom para o terceiro trimestre de 2026, atual horizonte relevante de política monetária, situa-se em 3,9% no cenário de referência.
O Copom então decidiu elevar a taxa básica de juros em 1,00 ponto percentual, para 14,25% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.