O setor de produção de máquinas agrícolas se prepara para um período de recuperação e crescimento, refletindo um potencial significativo que pode ser impulsionado por investimentos em tecnologia. De acordo com levantamento da Abimaq, que trouxe previsões para 2025, o cenário para o ano que vem deve ser mais positivo – com uma expectativa de aumento de 8% para o setor de máquinas agrícolas.
Os ciclos geralmente trazem transformações e, à medida que a esperada recuperação do setor agrícola de outro ciclo de baixa se aproxima, revisitar as prioridades do cliente e identificar lacunas nas ofertas e operações é extremamente importante.
A Pesquisa SAE BRASIL Caminhos da Tecnologia no Agronegócio, da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), lançada em fevereiro de 2024 traz insights sobre a adoção de tecnologia na indústria e também nos oferece dados interessantes e um possível desvio sobre as prioridades de clientes (fazendeiros e cooperativas) e fabricantes, que se mostraram diferentes em alguns casos: 87% dos produtores consideram a robustez como uma necessidade, enquanto para os fabricantes essa proporção cai para 79%. Em tecnologia embarcada, 60% dos agricultores veem isso como vital, enquanto apenas 38% da indústria reconhece essa demanda.
Dentre as opiniões dos agricultores, a tecnologia embarcada está em terceiro lugar em nível de importância de temas para fabricantes, atingindo 94% das respostas “importante” e “muito importante”. À frente de aspectos tradicionais como serviços de pós-venda (90%) e custos de aquisição (91%), os dois primeiros fatores mencionados por eles foram robustez do produto (100%) e custo de operação (96%). Isso indica uma oportunidade significativa para os fabricantes entenderem melhor as necessidades de seus clientes e adaptarem as prioridades em termos de desenvolvimento de produtos e serviços.
Além disso, a necessidade de soluções completas, incluindo planos de manutenção e monitoramento, é cada vez mais reconhecida. Com a conexão dos equipamentos a tecnologias que monitoram a saúde das máquinas, os agricultores podem acompanhar suas operações em tempo real, permitindo previsibilidade de manutenção, além de maior agilidade para lidar com ela. Reduzindo, então, o tempo de inatividade dos equipamentos e, consequentemente, aumentando a produtividade.
A necessidade de inovação não pode ser subestimada. Em um mercado cada vez mais exigente, os fabricantes que buscam se destacar precisam priorizar investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Parcerias com empresas de tecnologia também se mostram essenciais, pois possibilitam a criação de soluções inovadoras que atendem às demandas do setor. Por isso, a tecnologia embarcada não é apenas uma vantagem competitiva – é uma necessidade para os fabricantes que desejam prosperar em um futuro em constante mudança.
Bernardo de Castro é VP de Estratégia Agrícola da divisão de Autonomy & Positioning da Hexagon.