Em sete meses, a modalidade cresceu 16% e está ligada à mitigação dos riscos no campo e da procura pela proteção familiar
Com um crescimento de 16,2% nas contratações nos sete meses de 2024, cerca de R$ 2,2 bilhões, o Seguro Vida Produtor Rural se posiciona como ferramenta essencial para a proteção do produtor no Brasil, como indica o levantamento feito pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg). O aumento expressivo da procura por este tipo de seguro está ligado a uma série de fatores que vão desde a proteção familiar até a mitigação de riscos no campo.
Este seguro vai além da tradicional cobertura de vida, oferecendo segurança tanto ao produtor quanto às instituições que concedem financiamentos. Ele garante que, em caso de falecimento por morte natural ou acidental do produtor, as obrigações financeiras sejam cumpridas, protegendo a produção e a estabilidade econômica da família e da propriedade. Nos sete meses de 2024, as indenizações pagas somaram R$ 352,8 milhões, avanço de cerca de 21,0%.
Daniel Nascimento, vice-presidente da Comissão de Seguro Rural da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), explica que, “com o seguro de vida atrelado ao financiamento, as instituições conseguem proteger seus investimentos e, em casos de sinistro, são ressarcidas, o que minimiza a inadimplência e assegura a continuidade da produção agrícola”, explica.
Além disso, a cobertura oferecida pelo Seguro Vida Produtor Rural tem permitido que pequenos e médios produtores, que representam grande parte da produção de alimentos no Brasil, tenham acesso a crédito em condições mais favoráveis, já que o risco de inadimplência diminui com a garantia do seguro.
O crescimento do seguro tem sido particularmente significativo nas regiões Centro-Oeste e Sul, que concentram boa parte da produção agrícola brasileira, fazendo com que os produtores se sintam mais seguros para investir, e as instituições financeiras ampliam suas operações com menor risco.
No Centro-Oeste, que somou R$ 701,6 milhões, o estado de Goiás, com R$ 288,6 milhões, foi o mais representativo. Já no Sul, que faturou R$ 574,4 milhões, o Rio Grande do Sul foi o maior destaque com R$ 289,1 milhões, liderando o ranking nacional de arrecadação. O estado gaúcho concentrou, ainda, o maior pagamento de indenizações entre todas as praças nacionais, pagando cerca de R$ 71,8 milhões. No “top três” dos estados que mais pagaram indenizações também estão São Paulo (R$ 57,0 milhões) e Minas Gerais (R$ 46,7 milhões). Já na arrecadação, a lista das três regiões mais representativas é fechada com Goiás (R$ 288,6 milhões) e Minas Gerais (R$ 217,9 milhões).
Nascimento explica que o avanço do produto “proporciona maior segurança a todos os elos da cadeia produtiva, promovendo uma agricultura mais moderna e sustentável, que é essencial para manter o Brasil como um dos principais players no mercado global de alimentos”, conclui.
Aquisição de equipamentos por meio de Crédito Rural
Com recursos do crédito rural, na finalidade de crédito de investimento, o produtor pode adquirir novos bens de consumo duráveis, como maquinário, equipamentos, fundação e até realizar a ampliação de lavouras. O vice-presidente da Comissão da FenSeg explica que o mercado segurador também dispõe de um produto para proteger essas novas aquisições.
O Seguro de Benfeitorias e Produtos Agropecuários visa cobrir perdas ou danos causados aos bens que estejam diretamente relacionados às atividades agrícola, pecuária, aquícola ou florestal, desde que não estejam vinculados a garantias de operações de crédito rural. “O seguro garante o patrimônio do agricultor contra os riscos de incêndios, raios ou explosões, ventos fortes, impactos de veículos de qualquer espécie, desmoronamentos, roubos ou furtos, danos elétricos e perdas/pagamentos de aluguel, dentre outras coberturas, podendo a oferta variar de acordo com a seguradora”, informa o executivo. Somente este produto, segundo o levantamento da Confederação, arrecadou mais de R$ 788,2 milhões e pagou mais de R$ 479 milhões.