Gerador de emprego e renda, principalmente em comunidades vulneráveis, garantidor de segurança alimentar e redutor de impacto ambiental no transporte de alimentos. Esses foram três motivos apontados pelo presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Tirso Meirelles, para o investimento na agricultura urbana e periurbana no país durante sua apresentação no Urban 20 (U20), no painel “Promoção de sistemas alimentares urbanos sustentáveis para combater a fome”, na capital fluminense. Os projetos do sistema Faesp/Senar tiveram destaque durante o evento, fórum que reúne os prefeitos e delegações de mais de cem cidades do mundo.
Ao defender a agricultura urbana e periurbana, ele mostrou a importância de aproximar a sociedade de uma produção sustentável, mais próxima e que tenha forte impacto social nas cidades. Para uma plateia de ministros, presidentes de entidades que desenvolvem projetos voltados à segurança alimentar e lideranças de vários países, Meirelles reiterou a importância do setor agropecuário na construção de um país melhor para todos.
“É preciso investir na produção de alimentos nas cidades, colocando produtos frescos e de qualidade à disposição da população. Sabemos que as mudanças climáticas vão fazer com que as cidades, onde estão as melhores oportunidades de emprego, tenham cada vez mais habitantes. Fomentar a agricultura urbana e periurbana é uma forma de garantir a segurança alimentar a essa população que cresce exponencialmente”, frisou o presidente da Faesp.
Ao lado do ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias; da diretora do Instituto Comida do Amanhã, Juliana Tângari; do fundador do Instituto Fome Zero, Walter Belik; da diretora do Instituto Ibirapitanga, Iara Rolnik; e da ex-secretária de Meio Ambiente e Clima, Tainá de Paula, Meirelles afirmou que o setor agropecuário brasileiro contribui com 24% do Produto Interno Bruto (PIB), 50% das exportações e 10% da produção mundial de alimentos.
O presidente da Faesp ainda apresentou os centros de excelência que ajudarão a elevar o agro a um novo patamar. O Centro de Excelência da Cana-de-Açúcar, em Ribeirão Preto, desenvolverá pesquisas para a melhoria da qualidade da cana e do etanol, além de ter conquistado papel ainda mais relevante com a sanção da Lei do Combustível do Futuro, investindo em hidrogênio verde e novos biocombustíveis.
Já em São Roque, o Centro de Formação Técnica Rural servirá para o fomento de startups que ajudem a aproximar os pequenos produtores das novas tecnologias do campo, com espaço de Big Data e Inteligência Artificial voltada para as culturas. Neste semestre foi anunciado ainda um Centro Nacional de Irrigação, a ser construído no sudoeste paulista, que irá formar profissionais voltados a essa técnica e buscar formas de baratear os custos de implantação do sistema.
Tirso Meirelles lembrou que os produtores estão fazendo um grande trabalho na proteção as cidades. Dos 66% de florestas preservadas em todo o país, 40% encontram-se em propriedades rurais. A proteção das matas ciliares, protegendo os rios e garantindo a segurança das nascentes, é vital para que a água possa atender com qualidade tanto as plantações, quanto o consumo da população urbana.