A recente Resolução CVM nº 214, publicada em 30 de setembro, traz novidades relevantes para o mercado do Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro). As alterações ampliam as opções de investimento e impõem novas exigências de governança e transparência, impactando tanto investidores quanto setores do agronegócio.
Mariano Soares, auditor contábil, especialista em finanças e processos de M&A e sócio da Evoinc, destaca que a norma não apenas diversifica os ativos do Fiagro, incluindo agora créditos de carbono e CBIOs, mas também fortalece os mecanismos de governança. “A inclusão de novos ativos, como direitos sobre imóveis rurais, e a exigência de informes mensais e anuais com detalhamento sobre o patrimônio, composição da carteira e demonstrações contábeis auditadas, são algumas das principais mudanças que visam proporcionar maior segurança ao investidor”, explica Soares.
Destaques da nova norma – Os gestores devem fornecer informes mensais até 15 dias após o fechamento do mês e informes anuais em até 90 dias após o exercício fiscal, contendo informações detalhadas sobre o desempenho do fundo, governança e riscos. Maior participação dos cotistas. A norma também facilita a participação dos pequenos investidores, permitindo votos por procuração nas assembleias.
Além disso, setores como o de créditos de carbono e biocombustíveis e ainda o mercado imobiliário rural, são os mais beneficiados com as mudanças. Segundo Soares, “esses setores poderão captar recursos com mais flexibilidade e fomentar práticas sustentáveis, o que é uma tendência no mercado atual.”
Embora as novas exigências de governança e transparência tragam mais segurança ao investidor, Mariano Soares alerta que o risco sempre estará presente. “O investidor precisará estar atento aos relatórios de transparência divulgados pelo Fiagro e à diversificação de seus investimentos. A diversificação, embora possa reduzir os ganhos, também minimiza os riscos, protegendo o patrimônio de instabilidades, como no caso recente da Agrogalaxy.”
Com essas mudanças, o Fiagro se consolida como uma opção de investimento cada vez mais robusta, oferecendo novas oportunidades e exigindo um olhar atento dos investidores para a gestão dos riscos e a potencialização de ganhos.
