São elas: diversificação do portfólio, parcerias estratégicas, gestão de estoque, comunicação com o cliente, flexibilidade nas condições de pagamento e acesso ao crédito e busca pela inovação constante
O setor de insumos agrícolas no Brasil enfrenta um momento de incerteza, acentuado por recentes pedidos de recuperação judicial de grandes distribuidoras, indicando dificuldades financeiras resultantes de margens de lucro cada vez mais apertadas e endividamento elevado. Embora o número crescente de recuperações judiciais no setor sugira desafios significativos, a situação atual não representa uma crise estrutural para o agro, mas uma necessidade de adaptação e eficiência frente às novas demandas do mercado.
Diante desse contexto, a DigiFarmz, agtech brasileira especializada no desenvolvimento de soluções digitais para maior eficiência, produtividade e rentabilidade no agronegócio com atuação na América Latina e nos Estados Unidos, sugere estratégias para que as revendas possam reduzir riscos e identificar novas oportunidades. Alexandre Chequim, CEO da DigiFarmz, oferece insights sobre a transformação necessária, destacando que é hora de inovar e focar em eficiência.
Segundo Chequim, o setor agro está numa fase crítica de transição, na qual empresas precisam buscar profissionalização e transformação. “Hoje, não se trata apenas de adotar ferramentas e processos tradicionais. O mercado exige uma integração completa de gestão, inovação e um olhar atento para as dores dos clientes,” afirma. Ele acrescenta que a DigiFarmz, com expertise acumulada em gestão e tecnologia agrícola, oferece um diferencial que vai além do suporte agronômico, mas foca na construção de valor com os produtores e parceiros.
Entre as soluções trazidas pela empresa para o mercado, está a plataforma DigiFarmz Linkage, lançamento dedicado a dar robustez a todo o processo de relacionamento do distribuidor com seus clientes, incrementando o volume de vendas e, ao mesmo tempo, ampliando a rentabilidade dos agricultores. A ferramenta utiliza informações confiáveis e personalizadas, integrando duas décadas de pesquisas a campo e em casas de vegetação, realizadas na América do Sul e América do Norte, e mais de 50 parâmetros analisados para o manejo de doenças, plantas daninhas e nematoides nas principais culturas agrícolas, além de informações sobre genética e clima em tempo real. A plataforma adapta-se à realidade de cada lavoura, independentemente de sua localização, facilitando decisões informadas e estratégicas.
Seis estratégias para fortalecer a atuação das revendas
Com base na experiência de mercado e no know-how da DigiFarmz, Alexandre Chequim e sua equipe propõem seis recomendações para as revendas de insumos agrícolas enfrentarem a crise:
1) Diversificação do portfólio de produtos e serviços
Ampliar a oferta de produtos para atender às diferentes necessidades dos produtores é essencial. Além dos insumos básicos, as revendas devem oferecer seguros, crédito agrícola, e tecnologias de precisão, adaptando-se à nova realidade de demandas específicas e produtos cada vez mais especializados. “A genética e os insumos avançaram muito em termos de produtividade, mas se tornaram mais sensíveis e demandam ajustes finos. Entender isso é essencial para entregar um serviço de valor ao cliente,” comenta.
2) Parcerias estratégicas para fortalecer a competitividade
Estabelecer parcerias com instituições que ofereçam soluções financeiras, bem como de seguros, é uma estratégia que pode ajudar as revendas a obter melhores condições de compra e ampliar a gama de serviços oferecidos. “As parcerias são fundamentais para garantir uma presença forte no mercado e para que as revendas consigam entregar soluções mais completas ao produtor,” afirma Chequim. Ele ressalta que, por meio dessas alianças, é possível inovar e estar mais próximo das necessidades dos clientes, proporcionando um valor agregado que vai além do simples fornecimento de insumos.
3) Gestão de estoques eficiente e baseada em dados
Num cenário de crise, uma gestão de estoques eficiente se torna ainda mais relevante. Com ferramentas de análise de dados, as revendas podem prever demandas e evitar tanto excessos quanto faltas de produtos. “Sem o uso de tecnologia para análise, a previsão de demanda de mercado, com base na realidade dos clientes que são atendidos pela revenda, se torna ineficiente e as margens de lucro acabam sendo prejudicadas,” explica o CEO. Ele também destaca que esse controle ajuda a reduzir desperdícios e otimizar o capital de giro.
4) Comunicação e relacionamento próximo com o cliente
Investir em canais de comunicação, especialmente digitais, é essencial para fortalecer o relacionamento com os clientes. Chequim sugere que as revendas adotem plataformas que permitam interações mais frequentes e diretas com os produtores, promovendo transparência e confiança. “A comunicação deve estar alinhada ao objetivo de entender as dores do cliente. Isso é essencial para não apenas vender, mas ser um parceiro estratégico no crescimento do produtor,” afirma.
5) Flexibilidade nas condições de pagamento e acesso ao crédito
A crise também impõe desafios financeiros. Oferecer prazos de pagamento diferenciados ou acesso a linhas de crédito pode ser uma estratégia eficaz para manter as vendas. É fundamental a busca por soluções diferenciais, linhas de créditos novas, além de ferramentas que mitiguem riscos e permitam uma oferta de seguro ou crédito inovadores.
6) Inovação amparada em gestão: Pessoas, Processos e Ferramentas
Chequim reforça que a chave para a sustentabilidade e competitividade das revendas está na inovação. “O agro precisa adotar uma mentalidade de crescimento e eficiência. Quem não inovar, quem não buscar uma operação mais ágil e personalizada, ficará para trás.” Para Chequim, sem essa integração, as operações tendem a se tornar insustentáveis no longo prazo.