18 de janeiro de 2012

União Europeia retoma negociação da carne bovina brasileira

O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antonio Camardelli, disse que o Brasil pode desistir de abrir um painel na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a União Europeia caso os pleitos do setor sejam atendidos. “Depois que o governo brasileiro divulgou sua intenção de ir à OMC contra a região, eles resolveram negociar. E parece que as negociações estão caminhando”, afirmou em coletiva de imprensa.

O Brasil quer retomar a responsabilidade de elaborar as listas primárias de estabelecimentos credenciados a exportar carne bovina à região, que depois seriam auditados por técnicos europeus. Segundo Camardelli, nas últimas reuniões as autoridades da região deram o aval para que o processo seja novamente liderado pelo Brasil. Entretanto, ainda falta a publicação da flexibilização das regras, de acordo com os novos parâmetros a serem estabelecidos pela União Europeia. Uma missão da região virá ao país em março para discutir o assunto.

“Até janeiro de 2008, quando uma nova versão do Sisbov (Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos) começou, tínhamos 26 mil propriedades credenciadas, com um rebanho de 26 milhões de cabeças. Hoje, são duas mil propriedades, com 4,3 milhões de cabeças”, informou o presidente da Abiec. Para 2012, a entidade aguarda um número mais “palatável” de estabelecimentos credenciados, com consequente aumento da oferta de animais.

Compra
Em 2011, a União Europeia comprou 109,49 mil toneladas de carne bovina brasileira, queda de 10,08% ante 2010, quando os embarques totalizaram 121,76 mil toneladas, parte influenciada pelo agravamento da crise. Em receita, porém, houve alta de 21,82%, para US$ 836,385 milhões, devido ao aumento de 35,47% dos preços médios pagos pela região, de US$ 7.638/tonelada.

O preço é o maior de toda a série histórica da Abiec, que se inicia em 1996. “O aumento do valor pago por eles é reflexo do mix de cortes vendidos e também a uma menor oferta disponível, por conta da diminuição dos estabelecimentos credenciados. Mas prevaleceu a qualidade de nosso produto”, disse Camardelli.

Crescimento
A receita cambial com exportação de carne bovina apresentou aumento de 11,65% em 2011, passando de US$ 4,814 bilhões em 2010 para US$ 5,375 bilhões, impulsionada pelo crescimento de 25,17% nos preços médios do produto no período, segundo balanço divulgado nesta terça-feira (17) pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). O preço da tonelada subiu de US$ 3.913 para US$ 4.898 de 2010 para 2011.

Em volume, entretanto, houve queda de 10,80%. Os embarques totalizaram 1,097 milhão de toneladas (t.) em 2011, em comparação com 1,230 milhão de t em 2010. A Abiec informa que os resultados ficaram em linha com o esperado inicialmente (receita cambial de US$ 5,3 bilhões e queda de 10% em volume).

Por tipos de carne, o segmento in natura liderou os embarques com receita de US$ 4,167 bilhões, representando alta de 7,98%. No entanto, em volume houve queda de 13,76%, com embarque de 819 mil t. Esse volume representou 75% do total exportado em 2011. O segmento de carne industrializada, em volume, ficou com participação de 10%, enquanto miúdos representou 9% e tripas, 6%.

Em termos de receita cambial, carne in natura representou 78%, industrializada 12%, tripas e miúdos 5% cada. Por região, em volume, Oriente Médio e norte da África lideraram com 32%; Rússia, Casaquistão e Bielo-Rússia, juntos, ficaram com 22%; Ásia, 19%; América Latina e Caribe, 11%; União Europeia, 10%; e África, 3%.

Em faturamento, Oriente Médio e norte da África participaram com 31%, seguidos de Rússia, Casaquistão e Bielo-Rússia, que juntos representaram 20%; União Europeia, 16%; Ásia, 15%; e América Latina e Caribe, 12%.

Os principais destinos, em volume, foram: Rússia (22%), Hong Kong (17%), Irã (12%), União Europeia e Egito (10% cada). Já em termos de faturamento, os principais destinos foram: Rússia (20%), União Europeia (16%), Hong Kong e Irã (13% cada) e Egito (8%).

Fonte: Diário de Cuiabá

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