Grande produtor mundial de citros, o Brasil vem adotando tecnologias para otimizar a produção da citricultura. Confira este artigo e conheça as 3 principais.
A citricultura desempenha um papel vital na economia brasileira, destacando-se como um dos grandes setores agrícolas do país. O país é grande produtor de laranja, limões, limas e tangerinas. Diante dessa importância, o dia 8 de junho é a data escolhida para comemorar o dia do citricultor. Estabelecida em 1969, a data relembra a importância desse profissional para a agricultura brasileira. Mas a continuidade desse protagonismo exige a otimização da produção, consequentemente o uso de modernas tecnologias torna-se uma necessidade dentro dos pomares. Apresentamos a seguir as 3 tecnologias que estão ajudando a otimizar a produção da citricultura brasileira.
No agronegócio mundial, a citricultura é um dos setores mais importantes. Segundo dados do relatório “Citrus World Statistics”, publicado pela World Citrus Organisation, o mundo produziu 158,5 milhões de toneladas de frutas cítricas nos dois últimos verões. E, dentro deste cenário, o Brasil tem papel de destaque, figurando na segunda posição entre os maiores produtores do mundo, com 12% de participação. Nossa citricultura também se destaca na produção de determinadas frutas cítricas, como a laranja e o limão:
- Primeira posição mundial na produção de laranja, com 7,55 milhões de toneladas produzidas (cerca de 10% da produção global). Também somos líderes na exportação de suco de laranja.
- Segunda posição na produção de limão, com 1,5 milhão de toneladas produzidas. Além disso, no quesito exportação, estamos em segundo lugar.
Para o futuro, as previsões também são otimistas, como citado pelos dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA). No Sudoeste de Minas Gerais e São Paulo, por exemplo, a safra de laranja deve resultar em 316,95 milhões de caixas de 40,8 kg. Isso representa um aumento de 20,53% em relação à produção do ano anterior. Já o Sumário Executivo publicado pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), revela que, somente no Triângulo Mineiro, a produção deve alcançar 22,99 milhões de caixas.
3 tecnologias que otimizam a produção da citricultura nacional
A citricultura é uma cultura que costuma depender de frequentes pulverizações e práticas de adubação, o que pode elevar os custos da produção. Por isso, é cada vez mais recorrente o uso de tecnologias que otimizem essas e outras operações.
Assim, pesquisadores, produtores, entidades e a indústria uniram esforços nos últimos anos para aumentar a produtividade e competitividade da citricultura brasileira.
As soluções e tecnologias que mais se destacam são:
1 – Análise de dados e monitoramento remoto
Uma das tecnologias mais adotadas na citricultura moderna é o sensoriamento remoto realizado por meio de imagens de satélite. As imagens coletadas fornecem uma visão mais abrangente das condições das plantas em grandes áreas de pomares. Os dados analisados permitem:
- Detectar padrões de crescimento;
- Identificar áreas ou reboleiras com deficiências nutricionais;
- Acompanhar o desenvolvimento das plantas ao longo do tempo.
Há também a possibilidade de uso de dispositivos portáteis ou drones equipados com sensores. A partir deles, os agricultores podem medir diretamente os níveis de clorofila, nutrientes e outras substâncias presentes nas folhas.
Com essa informação, coletada e transmitida em tempo real, é possível obter uma avaliação precisa do estado nutricional das plantas de citros, permitindo ajustes exatos no manejo dos fertilizantes. O uso de sensores remotos também oferece dados em tempo real sobre diversos parâmetros da lavoura, como clima, solo, plantas e pragas, permitindo a tomada de decisões precisas para otimizar a produção.
2 – Automação de tarefas
Por muito tempo, a produção brasileira de citros era feita em pequenos pomares e com boa parte dos processos manuais. Mas o aumento da demanda e a profissionalização exigiram um uso mais intensivo da automação de tarefas. Assim, por meio do auxílio de modernas máquinas agrícolas e robôs, os produtores conseguem realizar vários processos repetitivos e trabalhosos no campo e na indústria com uma eficiência e agilidade muito maiores.
Entre as atividades realizadas pelos robôs, se destacam:
- Pulverização de pesticidas;
- Irrigação do pomar;
- Colheita;
- Seleção de frutos;
- Higienização dos frutos na indústria;
- Logística.
Consequentemente, a mão de obra pode ser liberada para atividades mais estratégicas e qualificadas.
Com o advento da automação de várias tarefas, a citricultura também se torna mais sustentável e competitiva, especialmente em um cenário em que o Brasil vive um apagão de mão de obra em diversas áreas.
3 – Agricultura de precisão
A prática da agricultura de precisão (AP), é também ideal na obtenção de uma citricultura muito mais otimizada, sustentável e economicamente viável. O conceito de AP consiste na adoção de técnicas e tecnologias para lidar com a variabilidade espacial das lavouras e pomares, tomando como base a informação de que não há uniformidade entre as plantas do pomar.
Assim, em pomares já é possível combinar inteligência artificial e sensores inteligentes, possibilitando a produtividade e a redução de custos. Esse tipo de tecnologia também permite ao citricultor trabalhar com diversas variáveis que ajudam a mensurar a variabilidade espacial de inúmeros parâmetros da cultura.
A partir dos dados gerados é possível elaborar mapas de recomendação de aplicação de fertilizantes com base no que foi exportado (NPK, micronutrientes etc.). Isso permite a reposição do que é necessário, economizando na aplicação de insumos.
Também é possível analisar a demanda de água das plantas, otimizando o processo de irrigação do pomar. Diante disso tudo, podemos analisar que o futuro da citricultura brasileira está ancorado em três pilares: conhecimento, inovação e sustentabilidade, que se baseiam em “fazer mais com menos”. O caminho da otimização já está sendo percorrido e seu sucesso dependerá das ações individuais e das pesquisas de campo. (Fonte: Agrishow Digital)