6 de setembro de 2011

Programa ABC incentiva adoção da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

No Plano Agrícola e Pecuário 2011/2012, divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), serão disponibilizados mais de R$ 107 bilhões em crédito para os agropecuaristas brasileiros. Parte desse valor, um pouco mais de R$ 3 bilhões, será destinada aos agricultores que seguirem as diretrizes do Programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC), cujo objetivo é incentivar os produtores a praticarem cada vez mais uma agricultura sustentável, ou seja, que garanta a segurança alimentar do país, sem agredir o meio ambiente.

Nesse contexto, uma das tecnologias incentivas pelo Programa ABC é a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF). Trata-se de uma estratégia de produção que integra atividades agrícolas, pecuárias e florestais, realizadas na mesma área, em cultivo consorciado, em sucessão ou rotacionado. O sistema pode ser adotado por produtores rurais de todo País, independente do tamanho de sua propriedade. As combinações podem ser as seguintes: integrações agropastoris (lavoura e pecuária), silviagrícolas (floresta e lavoura), silvipastoris (pecuária e floresta), ou agrossilvipastoris (lavoura, pecuária, floresta).

Uma das grandes vantagens dessa tecnologia é fazer com que a terra fique o menor tempo possível ociosa. Isso impacta diretamente na valoração dessas propriedades, já que elas aumentam de forma considerável sua capacidade produtiva. “Considerando o período de um ano, quando um agricultor apenas planta soja, ele mantém suas terras 42% do tempo ocupadas. Por outro lado, se ele planta soja, depois milho safrinha consorciado com capim, para ser utilizado como pastagem e, ainda, como palhada para plantio direto, ele passa a ocupar a terra 92% do tempo”, explica a pesquisadora da Embrapa Cerrados, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Giovana Maciel. (Acesse aqui outros comparativos como esse, sempre considerando sistemas de sequeiro – sem irrigação).

Quando o assunto é o desenvolvimento sustentável da agropecuária, a intensificação do uso da terra em áreas já abertas é mesmo uma das alternativas mais aceitas. A possibilidade de expandir as lavouras sobre áreas de pastagens, por exemplo, além de melhorar a qualidade dos pastos, pode contribuir para aumentar a produção de grãos sem a necessidade de ampliar as áreas destinadas à agricultura. No entanto, pesquisadores da Embrapa envolvidos com o tema alertam para o fato de que essa intensificação não deve ser sinônimo de uso indiscriminado de corretivos e fertilizantes, mas, sim, de uso eficiente e racional de insumos e tecnologia.

ABC – o Programa Agricultura de Baixo Carbono foi criado em 2010 pelo Governo Federal e concede benefícios e créditos para os agricultores que querem adotar técnicas agrícolas sustentáveis. A taxa de juros do Programa é a menor fixada para o crédito rural destinado à agricultura empresarial – 5,5% ao ano. O prazo de pagamento pode chegar a 15 anos. Além do sistema de iLPF, o Programa ABC também incentiva iniciativas relacionadas ao plantio direto na palha, fixação biológica de nitrogênio, recuperação de áreas degradadas, plantio de florestas e tratamento de resíduos animais.

Mais informações sobre:
Programa ABC no www.agricultura.gov.br/abc/
Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) no http://ilpf.cnpms.embrapa.br/

Fonte: Juliana Caldas / Jornalista da Embrapa Cerrados

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