16 de junho de 2011

Parceiros do Programa Soja Livre se reúnem na Embrapa Cerrados

Na quarta-feira (8/6), foi realizada na Embrapa Cerrados uma reunião com parceiros do Programa Soja Livre. O objetivo foi fazer uma prestação de contas dessa primeira etapa das atividades, apresentar os resultados obtidos na safra 2010/2011, e estabelecer estratégias para a segunda fase, que ocorrerá na safra 2011/2012. “O Soja Livre busca diminuir a perda de espaço da soja convencional. Nosso objetivo é manter pelo menos 30% dessa fatia do mercado”, afirmou o agrônomo Clóvis Albuquerque, coordenador do Programa (foto).

Segundo Albuquerque, os resultados de campo, obtidos a partir da análise de 25 Unidades Demonstrativas, demonstraram que as 18 opções de soja convencional da Embrapa possuem alta produtividade, boa sanidade e são adaptadas às condições do estado do Mato Grosso. De acordo com o pesquisador Sebastião Pedro, coordenador do programa de melhoramento de soja da Embrapa Cerrados, algumas dessas cultivares foram inclusive selecionadas na própria Unidade, como a BRSGO 8660 e BRS 217 (Flora) – destaque em termos de produtividade. “Contamos com um ambiente muito bom para a seleção de genótipos de soja superiores”, afirmou.

De acordo com Clóvis Albuquerque, para a disseminação de informações relativas às variedades de soja convencional entre os produtores do Mato Grosso, foram realizados entre janeiro e março deste ano, em diferentes regiões do Estado onde as unidades demonstrativas foram instaladas, um total de 20 Dias de Campo, que contaram com a presença de mais de duas mil pessoas. “Nesses encontros, o Programa Soja Livre e as cultivares de soja convencionais da Embrapa eram apresentadas aos produtores. Na ocasião, os agricultores também recebiam informações sobre as pesquisas da Embrapa relacionadas às doenças da soja e sobre o mercado de uma forma geral”, explicou Albuquerque.

O diretor técnico da Associação Brasileira dos Produtores de Grãos Não-Geneticamente Modificados (Abrange), Ivan Paghi, enfatizou que a questão não é ser contra ou a favor da transgenia. “Essa decisão é do agricultor, ele é que precisa avaliar todas as variáveis e colocar na balança o que é melhor”. Para Paghi, a transgenia deve ser vista como mais uma ferramenta de manejo. “Não somos contra a transgenia, nossos parceiros trabalham tanto com soja geneticamente modificada quanto com soja não-geneticamente modificada. O que defendemos é o direito de escolha dos agricultores e consumidores”.

Segundo Paghi, ainda é presente entre agricultores e até mesmo entre estudantes a percepção de que o convencional está ultrapassado e que o moderno é ser transgênico. “Isso não é verdade, somos a favor da inovação tecnológica. O que precisa ficar claro é que neste caso convencional não significa ultrapassado. Grãos convencionais também têm tecnologia e são modernos”. Para ele, é importante que o produtor tenha essa opção de escolha para que não fique limitado a um número pequeno de empresas fornecedoras de sementes e, também, tenha condições de atender o mercado externo, como o europeu, por exemplo, no caso do farelo de soja.

Soja Livre – o Programa foi iniciado em setembro de 2010 por conta da crescente dificuldade dos produtores em se obter sementes não-transgênicas. Os objetivos do Soja Livre são: ampliar a oferta de sementes de soja convencional e seu acesso aos produtores, desenvolver e fortalecer parcerias para a transferência de tecnologias de cultivares de soja convencionais da Embrapa e ampliar a oferta desse produto para a indústria processadora.

O Programa Soja Livre é resultado de uma parceria entre a Embrapa, a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (Aprosoja) e a Associação Brasileira dos Produtores de Grãos Não-Geneticamente Modificados (Abrange). Estas instituições uniram-se para ampliar a oferta de cultivares convencionais para o estado do Mato Grosso e estimular a produção que atenda o mercado de soja não-geneticamente modificada. Conta ainda com os seguintes parceiros: apoio da Associação dos Produtores de Sementes do Mato Grosso (Aprosmat) e da Fundação Rio Verde, patrocínio das fundações – Triângulo, Cerrados, Bahia, e do Centro Tecnológico para Pesquisas Agropecuárias (CTPA); e dos grupo Amaggi, Caramuru, Imcopa, Agrodinâmica, Agrolab.

Fonte: Juliana Caldas / Jornalista da Embrapa Cerrados

 

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