8 de janeiro de 2013

Modelo consegue estimar preço do frete de fertilizantes

Foto: Divulgação.

Na Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP), foi desenvolvido um modelo que estima os preços dos fertilizantes a partir do valor de seus fretes. O preço dos produtos foi calculado desde o momento em que eles chegam nos portos brasileiros.

Para o estudo, a engenheira de transportes Renata Marconato analisou os produtos dos portos de Paranaguá, no Paraná, Santos, no litoral de São Paulo, e do Porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul. “Com esse modelo o produtor pode ver de onde é mais vantajoso importar seu fertilizante, pois o valor do frete influencia seu valor final”, diz ela.

A pesquisadora explica que cada porto tem sua zona de influência, então para cada um deles foi desenvolvido um modelo específico. A dissertação de mestrado foi apresentada no mês de novembro de 2012 e orientada pelo professor José Alberto Quintanilha.

A estimativa dos preços dos fretes foi feita a partir de três modelos diferentes: análise de regressão, interpolação e geoestatística. Os preços de fretes utilizados para gerar os modelos referiam-se aos anos de 2008, 2009 e 2010, nos três portos. Comparando valores reais com os valores encontrados nas três experiências, constatou-se que o modelo mais eficiente foi aquele gerado pelo interpolador. Foi ele, então, utilizado para gerar os modelos de fretes, estudar as áreas de influência dos portos e simular mudanças nestas configurações.

Construção do modelo
O trabalho foi dividido em três partes: internalização dos preços dos fertilizantes originados nos mercados internacionais, cálculo do preço do frete por meio das três metodologias e a elaboração dos modelos de fretes para cada porto.

Na primeira etapa, Renata mapeou os custos de taxas alfandegárias, frete marítimo e todos os custos com a logística das atividades do porto. Depois disso, o preço dos fertilizantes foi estimado, utilizando como base dados do segundo semestre — período de maior movimentação, pois grandes safras, como a de soja, são plantadas nos meses de setembro e outubro, o que aumenta a demanda por fertilizante. Para gerar os modelos de frete e fazer as análises dos mapas gerados, foi utilizado o software ArcGIS.

Com ele foi possível construir os mapas de influência e fazer previsões de concorrência entre os portos, a partir de manipulações dos fretes rodoviários.

Analisando os resultados obtidos com o modelo foi possível constatar alguns pontos importantes sobre a dinâmica dos portos. Como por exemplo, que o porto de Santos é o mais competitivo considerando os custos de frete. Contudo, os altos custos dos serviços do porto fazem com que essa competitividade seja perdida.

O modelo permite a elaboração de simulações a partir das variáveis do modelo. Essas simulações podem ser feitas pelos produtores que buscam saber de que porto é mais vantajoso importar a demanda de que precisam. Renata diz que com o tempo o modelo precisará ser atualizado, mas até que aconteçam mudanças bruscas no mercado ele continuará sendo eficiente.
O modelo poderá ser acessado no Banco de Teses da USP, onde a dissertação vai ser hospedada em breve.

Fonte: Agência USP de Notícias

 

 

Canal AgroRevenda

 

Papo de Prateleira

 

Newsletter

Receba nossa newsletter semanalmente. Cadastre-se gratuitamente.