22 de janeiro de 2013

Cigarrinhas das pastagens são uma das maiores pragas das pastagens em Mato Grosso

 

Foto: Divulgação.

As cigarrinhas-das–pastagens são uma das principais pragas que afeta as pastagens de Mato Grosso, descreveu o professor do curso de Agronomia da Unic Beira Rio, Clodoaldo Moreno.

As cigarrinhas abrangem diversas espécies e representam um dos principais problemas para a agricultura e pecuária nacional. No Brasil as cigarrinhas já atingem cerca de 10 milhões de hectares pastagens e provocam prejuízos de 10 a 100%, dependendo das espécies, do tipo de gramíneas, das condições de tempo e do manejo das pastagens. As informações são da assessoria de imprensa da universidade.

Clodoaldo Moreno, afirmou que as cigarrinhas–das-pastagens são a principal praga das pastagens no Brasil e em Mato Grosso. “São insetos sugadores, essencialmente graminícolas. Na fase adulta, os insetos sugam a seiva das folhas e inoculam toxinas, causando intoxicação sistêmica nas plantas (fitotoxemia), que interrompe o fluxo da seiva e consequentemente o processo vegetativo da planta. Como sintomas iniciais surgem pequenas estrias longitudinais amareladas, as quais se desenvolvem no sentido do ápice da folha. Em caso de ataque intenso, ocorre o secamento total da pastagem”, explicou.

O professor de Agronomia também ressaltou que o período de infestação desses insetos aparece em outubro ou dezembro, período que coincide com o início das chuvas e aumento da temperatura, e vai até o mês de março e abril fim do período chuvoso. Neste caso, o rebanho fica sem alimento em pleno período das chuvas, podendo estender essa situação durante a estação da seca, quando é mais necessário o uso das pastagens.

Durante esse período os insetos podem ser observados no campo, tanto na forma de ninfas como adultos, sugando a seiva das plantas. As ninfas ficam protegidas por uma espuma branca típica, semelhante à saliva, a qual serve como proteção para os raios solares e acertos predadores. Nesta fase, ocorre um desequilíbrio hídrico e o esgotamento dos carboidratos de reserva utilizados no processo de crescimento das plantas.

A ocorrência das cigarrinhas–das-pastagens e seu comportamento estão diretamente relacionados a fatores climáticos, tais como a elevada precipitação, umidade relativa do ar e temperatura. Segundo Clodoaldo, quando estas pragas encontram o clima favorável, elas botam os ovos e esperam que eles eclodam cerca de 20 dias após a postura. Com isso, espera passar pelos diferentes estágios ninfais até atingirem o estágio adulto, completando o ciclo biológico entre 67 e 69 dias, conforme a espécie. Caso contrário, os ovos entram em aquiescência, se mantendo viáveis durante vários dias no solo, a espera de condições climáticas favoráveis.

“A população de cigarrinhas-das-pastagens durante a estação chuvosa alcança níveis muito altos, podendo-se encontrar até 100 ninfas/m2, causando um grande estrago na lavoura. A solução para este problema é manter no mínimo, cerca de 30% das pastagens formadas com espécies resistentes à praga, evitando a utilização de super pastejo, obedecendo à altura de pastejo recomendada para cada espécie. Outra solução é reduzir a carga animal nas pastagens de gramíneas susceptíveis, durante o pico populacional das cigarrinhas, deslocando a maior parte do rebanho para as pastagens com gramíneas resistentes. Pastagens diversificadas e bem manejadas reduzem acentuadamente o risco representado pelas cigarrinhas-das-pastagens, bem como pelos demais insetos-praga, assegurando níveis adequados de produtividade, sem a necessidade de uso do fogo contra essas pragas”, destacou Moreno.

Fonte: Agroolhar / Expresso MT

 

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