2 de agosto de 2011

Cenário é favorável para agronegócio

 

Marcelo Fernandes Guimarães, coordenador geral de Estudos e Informações Agropecuárias do Ministério da Agricultura. Crédito da foto: Alf Ribeiro/Andav.

Panorama do agronegócio brasileiro, inserção internacional, inflação de alimentos, globalização da economia e perspectivas para o mercado agropecuário: desafios e oportunidades foram o mote da palestra Cenários Macroeconômicos e Perspectivas para o Mercado Agropecuário. O tema foi apresentado na terça-feira (26/7), pelo coordenador geral de Estudos e Informações Agropecuárias do Ministério da Agricultura, Marcelo Fernandes Guimarães, no I Congresso Andav – Fórum da Distribuição de Insumos Agropecuários, em São Paulo.

“Menor crescimento da produtividade mundial, alteração na matriz energética de importantes países, forte elevação da renda dos emergentes, principalmente a China, com aumento da demanda e alimentos e energia, vão impactar os preços agrícolas”, argumentou Guimarães, que considera o cenário vantajoso para o Brasil. “A produtividade tem aumentado menos que nos anos 70 e 80, e os grandes países do mundo, como a União Europeia e os Estados Unidos, atingiram um nível de maturação muito grande e já não têm para onde crescer, ou seja, o ritmo de expansão deve ser bem lento”, disse o palestrante que, no entanto, previu o aumento da produção agropecuária brasileira e argentina, comparada a outros países do mundo, apoiada nos ganhos em produtividade.

Guimarães lembrou que o agronegócio representa 22,4% do PIB brasileiro, responde por 37,9% das exportações e gera 37% dos empregos. Por meio de gráficos, o palestrante apresentou a evolução da produção de grãos, que saltou de 57,9 milhões de toneladas para 161,5 milhões de toneladas, em 20 anos, de 1991 para 2011, conforme estimativa de junho da Conab – Companhia de Abastecimento e Preços.
Por meio de gráficos, o representante do Mapa mostrou que a inserção internacional contribuiu para o crescimento expressivo da balança do agronegócio brasileiro entre 2000 e 2011. Para se ter uma ideia, no período, a receita com as exportações passou de 20,6 bilhões para US$ 76,4 bilhões, uma cesta composta especialmente por complexo soja (22,4%); açúcar e álcool (18,0%); carnes (17,8%); produtos florestais (12,1%); café (7,5%); fumo (3,6%); couro (3,5%); suco de laranja (2,3%); milho (2,8%); e demais itens (9,9%). Os quatro maiores respondem por 70,3% da receita (dados Secex/MDIC). Em razão desse desempenho, o Brasil ocupa posição de destaque no ranking mundial de produção e exportação agrícola (ver gráfico).

Guimarães também destacou o movimento de fusões e aquisições internacionais, que ganhou força a partir de 2008, com a compra da Anheuser-Busch, pela InBev, um negócio de US$ 50 bilhões, além dos investimentos da Cutrale (em uma fábrica portuguesa de sucos de laranja) e da Sucocítrico Cutrale (em uma indústria em Algarve, também em Portugal).

O palestrante também citou a Perdigão, que adquiriu a Plusfood, com fábricas na Holanda, Reino Unido e Romênia, por 30 milhões de euros, e hoje, tem 50% da sua receita com negócios no exterior. E, mais recentemente, a megafusão da Sadia com a Perdigão, além da associação do JBS Friboi com o grupo Bertin, que também adquiriu a Pilgrim´s Pride e tornou-se a maior empresa de processamento de carnes do mundo, a JBS Bertin.

Com a internacionalização do agronegócio, o Brasil começou a despertar o interesse de estrangeiros, especialmente fundos de investimento e de hedge. Os principais alvos são as terras para a produção de commodities de matéria-prima para biocombustíveis. Entre 2002 e 2008, um terço dos investimentos estrangeiros no Brasil foi destinado ao campo, um total de US$ 46,9 bilhões, conforme matéria do Valor Econômico mostrada por Guimarães.

Embora com um cenário favorável, o palestrante apontou alguns desafios a serem vencidos pelo país, como reduzir a dependência externa de fertilizantes (62,5% desse insumo utilizado em 2010, foi importado), resolver o gargalo da logística e armazenamento e a equacionar a questão tarifária.
O I Congresso Andav foi realizado de 26 a 27 de julho, no Transamerica Expo Center, em São Paulo. O evento foi organizado pela Andav – Associação dos Distribuidores de Insumos Agropecuários e ocorreu paralelamente às feiras AGRINSUMOS Expo&Business e INDUSPEC Animal Expo&Business, promovidas pela Informa Exhibitions, divisão de feiras e congressos do Grupo Informa, de 26 a 28 de julho.

Fonte: Assessoria de Imprensa Grupo Publique

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