21 de janeiro de 2013

Produtor fica com 81% dos benefícios dos transgênicos, sustenta Céleres

 

Anderson Galvão, agrônomo e sócio-diretor da Céleres / Foto: Divulgação.

Os benefícios econômicos do uso da biotecnologia na agricultura brasileira alcançaram US$ 18 bilhões em 16 anos e 81% desse valor ficaram com os produtores rurais, restando 19% para a indústria. As contas foram feitas pela Céleres em estudo contratado pela Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem).

“O retorno no milho é de R$ 3 e na soja de R$ 2,1 para cada R$ 1 investido [pelo produtor] em semente transgênica”, disse Anderson Galvão, agrônomo e sócio-diretor da Céleres. Ele está percorrendo os principais estados produtores de grãos para detalhar o estudo e concedeu entrevistas em Curitiba na sexta-feira (18) .

A avaliação considera que as lavouras geneticamente modificadas custam menos e rendem mais que as convencionais. Essa redução de custos e o aumento na produtividade — 30% e 51% dos US$ 18 bilhões, respectivamente — foram somados como ganho para os produtores. A receita da indústria com a biotecnologia refere-se ao adicional dos preços dos insumos do sistema convencional para o transgênico.

A pesquisa considera que o uso de biotecnologia pela agricultura no Brasil começou com o plantio ilegal de soja transgênica no Rio Grande do Sul na safra 1996/97. São 16 safras até a de 2011/12. Os ganhos, no entanto, concentram-se nas últimas três temporadas, com a chegada do milho resistente a insetos, que detém 58% dos US$ 18 bilhões, segundo a Céleres. A soja ficou com 39% e o algodão com 3%.

Os ganhos explicam por que os produtores usam cada vez mais sementes transgênicas, conforme o estudo. Essas vantagens são percebidas no campo e favorecem o uso de semente registrada, segundo o presidente da Abrasem, Narciso Barison Neto. “A semente é o veículo da biotecnologia”, frisou.

O setor amplia a produção de sementes em cerca de 10% ao ano e as melhores variedades vêm sendo multiplicadas basicamente na versão transgênica, acrescentou. Atualmente, 75% das sementes comerciais de soja e 90% das de milho são geneticamente modificadas, disse José Américo Pierre Rodrigues, superintendente da Abrasem.

Além dos lucro, a Céleres mediu os benefícios socioambientais da biotecnologia em algodão, milho e soja. Os transgênicos reduzem o volume de agrotóxicos aplicado no campo e, com isso, geram economia de água e diesel, destaca a consultoria. Em 16 safras, houve economia de 27,8 bilhões de litros de água, 231,6 milhões de litros de diesel e 22,1 mil toneladas de ingredientes ativos. Essa água seria suficiente para atender 634 mil pessoas e o combustível, para abastecer 96,5 mil veículos, no período.

“Um benefício que não conseguimos mensurar é o ganho de tempo”, disse Paula Carneiro, pesquisadora da Céleres. Como facilitam o manejo, os transgênicos dão tranquilidade aos produtores, aponta. Mesmo que empatassem com os convencionais em rentabilidade e gasto de recursos ambientais, teriam a preferência do agricultor, aposta.

Os relatórios dos dois estudos da Céleres devem ser postados no site www.celeresambiental.com.br nos próximos dias. A consultoria monitora os benefícios da biotecnologia há seis anos. No último ano, os técnicos entrevistaram 360 produtores e viajaram mais de 20 mil quilômetros por 12 estados, que concentram o cultivo de grãos.

Fonte: José Rocher / Gazeta do Povo

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