2 de agosto de 2011

Painel do Congresso Brasileiro de Marketing Rural mostra pesquisa e sustentabilidade no agronegócio

José Luiz Tejon Megido, presidente do TCA International e coordenador acadêmico de Pós-Graduação do Núcleo de Agronegócios da ESPM.

Pesquisa – O que a cidade pensa do agronegócio e Marketing do Agronegócio e Sustentabilidade foram os temas que abriram o Painel II – Mídia e Novas Tendências, do 8º Congresso brasileiro de Marketing Rural, na quinta-feira, 28 de julho. José Luiz Tejon Megido, presidente do TCA International e coordenador acadêmico de Pós-Graduação do Núcleo de Agronegócios da ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing, apresentou a pesquisa, enquanto Sonia Chapman, diretora presidente da Fundação Espaço ECO da Basf, falou sobre sustentabilidade.

José Luiz Tejon mostrou os resultados da pesquisa As Percepções da Cidade sobre o Campo – o Mundo Real e o Agronegócio, realizada pelo Núcleo de Estudos do Agronegócio da ESPM, São Paulo/SP, com o Centro Avançado de Estudos da ESPM (CAEPM), coordenada pelo próprio Tejon e Coreolano Xavier.
A pesquisa foi realizada na capital paulista, com 250 pessoas da Classe C ascendente – homens entre 30 e 40 anos e mulheres entre 25 e 35 anos, com renda familiar mensal de cerca de R$ 2.200 – e Classe AA – formada por pessoas com ensino superior incompleto, até mestrado, 40% mulheres e 60% homens, com idade média de 33 anos.
Demonstrou, segundo Tejon, que para a Classe C não há necessidade de explicar mais o que é agronegócio, pois a definição dada por este grupo é considerada perfeita: “é toda atividade gerada no campo”, e que o agronegócio para o cidadão urbano remete claramente à tecnologia, inclui indústria e comércio. Também há visão da cadeia produtiva: “o que se produz no campo, o que já foi plantado e transformado até chegar à mesa” do cidadão urbano. Destacou, ainda, o bom nível de informação com relação à agroenergia: “o agronegócio vai gerar emprego, riquezas, desenvolvimento, pesquisa, não só desenvolvimento local, é como o biodiesel que nós temos… o nosso é diferente dos Estados Unidos!”…
Porém, o agronegócio é, ainda, afastado do cotidiano do morador das grandes cidades e não é assunto que se conversa num bar, pois as pessoas estão mais focadas em outras situações. Na hora de assistir o jornal na TV, “eu quero ver o trânsito, as coisas que influenciam meu dia a dia, não quero saber da vaca, do boi…”.

Um ponto positivo destacado pela pesquisa é a percepção da expressão “produtor rural”. A Classe C o associa ao trabalho e conhecedor desse trabalho. Por outro lado, sobre a atuação do MST – Movimento Sem Terra, alegaram que foi válido no passado, mas que, hoje, está desvirtuado: “…é um movimento que quando foi criado tinha um fundamento, já foi mais sério, hoje é político, é ilícito”.

A agricultura familiar é muito bem vista e é ligada a lembranças de parentes e do passado desse cidadão urbano. O biocombustível também é visto positivamente: “é tirado da natureza sem agredir, é o combustível ecologicamente correto”. Já com relação aos agroquímicos, de acordo com Tejon, “contam com duas faces de uma moeda, por um lado, ouvimos são venenos para combater as pragas e, por outro, há associações de uso de defensivos para deixar frutas e verduras mais viçosas e ter mais lucro”.

A pesquisa revelou, ainda, que há uma associação positiva entre a pujança do agronegócio e a autoestima dessa nova classe urbana emergente: trata-se de algo bom para o nosso futuro, explica ele. Já a associação negativa, refere-se ao meio ambiente e à sustentabilidade que, ainda, são associados de maneira negativa ao agronegócio.
Para a Classe AA, a agricultura e a indústria são consideradas as atividades econômicas mais importantes, mas uma boa parte afirma ser impossível separar indústria de agricultura e de serviço. O conceito de agronegócio foi definido corretamente: “agricultura e todas as atividades relacionadas a ela são desenvolvidas empresarialmente”.
Para os entrevistados da Classe AA o Brasil é tão grande que há espaço para toda a diversidade e tipos de produtores rurais – agronegócio, agricultura familiar e comunidades indígenas e tradicionais, como quilombolas. A dualidade também existe com grande concordância para setores que respeitam o meio ambiente versus outros que depredam. Também concordam que o agronegócio oferece perspectivas de emprego, mas a maioria afirmou nunca terem pensado no agronegócio como possibilidade de carreira.

A conclusão, segundo Tejon, entre as pessoas entrevistadas das duas classes sociais, é que existe conhecimento sobre agronegócio, não há necessidade de gastos com campanhas para explicar o setor. A importância do agronegócio é reconhecida, porém, ainda há um distanciamento, falta comunicação. Mesmo sabendo, as pessoas desconhecem, o que representa um grande espaço para pesquisas mais profundas e para a ação da comunicação do setor com a população urbana brasileira.

A sustentabilidade ainda é uma área nebulosa, a imagem do produtor rural é positiva e há espaço para todos no campo. A pujança, o progresso, o desenvolvimento do novo interior conecta-se com a velocidade da nova classe ascendente (Classe C).

Sonia Chapman

Na segunda palestra, Marketing e Sustentabilidade, a diretora presidente do Espaço ECO Basf, Sônia Chapman, demonstrou como uma ferramenta de gestão pode promover a inclusão de sustentabilidade e, consequentemente, fazer com que o Brasil consiga se posicionar melhor e promover o agronegócio dentro do próprio País e no exterior e torná-lo mais competitivo e atraente.

Com relação a mercado de sustentabilidades, ela citou estudo realizado pela empresa de consultoria Roland Berger, intitulado “Green Technologies”, que indica que as empresas investiriam mais de 2,5% de seu orçamento em sustentabilidade se tivessem acesso a informação, bem como tecnologias, “pois não consegue gerenciar o que não se consegue medir. O conhecimento é o único recurso que cresce quando compartilhado”, afirmou.

A Fundação Espaço ECO, explicou Sônia Chapamn, é o primeiro Centro de Excelência para Ecoeficiência Aplicada na América Latina com a missão de promover o desenvolvimento sustentável por meio da aplicação de soluções e tecnologias em ecoeficiência, educação ambiental e reflorestamento. A iniciativa é fruto da parceria com a GTZ (agência do governo alemão para a cooperação internacional) e recebeu apoio da Prefeitura de São Bernardo do Campo, do Senai – Serviço Social da Indústria – e do Sesi – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.

Trata-se, disse ela, de uma área de excelência em desenvolvimento sustentável, que abriga um centro de ecoeficiência para a América Latina e onde são realizados projetos de educação sócio-ambiental, desenvolvimento comunitário e de reflorestamento. A Fundação ocupa uma área de preservação ambiental de cerca de 290 mil m², considerada reserva da biosfera – zonas de ecossistemas terrestres reconhecidas internacionalmente pelo Programa sobre o Homem e a Biosfera (MAB) da Unesco.

O 8º Congresso Brasileiro de Marketing Rural e Agronegócio, organizado pela ABMR&A – Associação Brasileira de Marketing Rural & Agronegócio, aconteceu no Transamerica Expo Center, em São Paulo, SP, durante as feiras de negócios AGRINSUMOS Expo&Business e INDUSPEC Animal Expo&Business, promovidas pelo Grupo Informa, dias 27 e 28 de julho de 2011.

Fonte: Assessoria de Imprensa Grupo Publique

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