12 de março de 2013

Agronegócio puxa fusões e aquisições no PR

Eugenio Stefanelo, técnico e ex-presidente da Conab / Foto: Divulgação.

O Paraná registrou sete fusões e aquisições relacionadas ao agronegócio no ano passado, ou 21% das 34 realizadas no Estado. O resultado indica a força do setor econômico na região e a tendência à profissionalização da gestão mesmo na produção rural primária, de acordo com a consultoria PwC, responsável pela pesquisa sobre as transações em todo o País. Por outro lado, mostra o interesse de investidores estrangeiros em um mercado que gera 22% das riquezas brasileiras, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no Paraná.

O agronegócio tem contado com a entrada de capital para investimentos estratégicos, principalmente na produção de grãos e em frigoríficos. Gerente sênior da PwC, Mikail Ojevan afirma que a migração para esse sistema de gestão em conjunto explica o fortalecimento da economia local. ”Essas transações estimulam oportunidades de negócios, geram mais impostos, empregos e aumentam o fluxo de financiamentos”, diz.

Para o agrônomo Eugenio Stefanelo, técnico e ex-presidente da Conab, o Estado atrai interesse de investidores estrangeiros na produção de insumos há mais de duas décadas. A partir dos anos 2000 ele diz que a atenção também se voltou para o setor primário, mas com menor risco de os pequenos produtores ficarem à mercê de multinacionais.

Stefanelo conta que o Estado sentiu a redução do número de fornecedores e o aumento do tamanho dos grupos nos setores de insumos, primeiramente em fertilizantes, depois em máquinas e, por fim, em sementes. Ele cita como exemplo a redução da participação nos últimos anos no mercado de cultivares de soja de institutos de pesquisa públicos, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar).

O agrônomo conta que chegou a vez do assédio ao setor primário. ”Entraram muitas multinacionais no setor de açúcar e álcool, de café, de processamento de frutas e sucos e no madeireiro. Para a economia do Paraná, significa uma necessidade maior de todos os envolvidos por competitividade”, diz.

Ojevan lembra que, normalmente, o investidor estrangeiro tem o controle técnico e pode contribuir para a governança da produção. ”O Sul é uma região de empresas mais familiares que estão se profissionalizando bastante”, destaca.

Aos olhos de Stefanelo, o setor primário do Estado não corre o risco de ficar nas mãos de poucos investidores, como há nos insumos, pela atuação das cooperativas. Ele diz que são grupos que absorvem quase metade da produção agrícola paranaense, que se organizam para agregar valor aos produtos e, por isso, conseguem competir de igual para igual com grandes empresas multinacionais e nacionais. ”As regiões com forte presença de cooperativas são mais desenvolvidas e com produtores mais fortes. Por isso, quando ocorre quebra de safra, as crises são sentidas com menor intensidade.

Fonte: Folha Web / Autor: Fábio Galiotto

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