Terceiro e último dia do seminário realizado pelo Território da Carne na Expomeat focou em estratégias para aumentar as vendas e fidelizar clientes no varejo de carnes.
Para encerrar o terceiro e último dia de programação, o seminário “Por um mundo com mais açougues do que farmácias”, realizado pelo Território da Carne (TC), na Expomeat 2024, na quinta-feira (26/09), destacou formas e estratégias para aumentar as vendas. O encontro, realizado em São Paulo (SP), no Distrito Anhembi, contou com 10 palestras e duas mesas redondas em três dias.
Durante a primeira apresentação do dia, o especialista em certificação sanitária em órgãos fiscalizadores e fundador da Fortes Projetos, Guilherme Fortes, explicou como a regularização da produção de açougues e a obtenção dos selos de inspeção estão ligados ao funcionamento de cada negócio e suas necessidades.
“As premissas para obter um selo de inspeção é gostar do que faz. Esse é o grande achado e a receita para dar certo, tentando sempre ser cada vez melhor. O selo em si certifica e atesta a segurança e a qualidade do alimento, garantindo que ele esteja apto para ser consumido sem riscos de contaminação; o que muda são os planos de ação, sejam eles regionais, nacionais ou internacionais”, ponderou o profissional.
Já o especialista em soluções inovadoras de meios de pagamentos e fundador da Primefy, Pablo Klein (foto ao lado), pontuou como a digitalização abre novas portas para o mercado global, principalmente para a indústria de carnes. Segundo uma análise da PwC e da Strategy, o volume de pagamentos digitais em todo o mundo está projetado para aumentar mais de 80% até 2025, atingindo quase 1,9 trilhão de transições anuais.
“Com a evolução dos meios de pagamento, métodos tradicionais estão sendo substituídos por opções digitais, como pagamentos e carteiras on-line, resultando em consideráveis vantagens para os açougues, como maior número de transações aprovadas, potencial de aumentos das vendas e do faturamento, maior segurança financeira, redução de custos e uma melhor experiência do cliente”, frisou Klein.
Mudanças que fazem a diferença – Na busca por um açougue cada vez mais estratégico e que ofereça mais que uma simples experiência de compra aos consumidores, o evento foi encerrado com uma mesa-redonda que reuniu profissionais para debater características de lojas que potencializam as vendas.
A fundadora e CEO do Território da Carne, Andrea Mesquita, ressaltou a importância desses espaços serem estruturalmente atrativos, da fachada às gôndolas: “É preciso trazer o cliente para perto e fazer com que os seus olhos brilhem. Por isso, o açougueiro precisa pensar nos mínimos detalhes, como layout da parte externa e interna da loja, arte visual e acessibilidade. Tudo está atrelado à experiência do novo consumidor”.
Como exemplo de um espaço funcional e que se transformou segundo esses preceitos, o proprietário da Joel Carnes, Joel Fragoso, contou como modificou sua primeira loja e, consequentemente, com a evolução dos negócios, expandiu para outras duas unidades. “Como proprietário de casas de carnes, é preciso entender a necessidade em investir não somente em maquinário, mas também em fachada, atmosfera, time e acessibilidade. Às vezes, isso tudo parece detalhe, mas é aí que está a diferença para atrair público: mostrar algo que vá além do básico e se preocupar com todo o processo de compra, seja na facilidade para identificar o corte ou no transporte do produto do açougue até a residência. Isso tudo mudou a história da minha empresa”, detalhou.
Segundo o sócio e proprietário da Bigoni Propaganda, Wisley Bigoni, responsável pelo projeto de mudança de fachada da Joel Carnes, a forma como cada negócio se apresenta, em questão de imagem, está diretamente atrelada à atração, seja pelo uso assertivo das cores ou por letreiros objetivos. “A mudança na imagem do açougue, como é o caso das fachadas, é imprescindível para reforçar a qualidade do negócio”, aconselhou o profissional.
Importância das embalagens – A qualidade deve estar muito clara também na escolha da embalagem. De acordo com o CEO da Fampack Embalagens, Fernando Bregola, mesmo sendo algo simples e barato, ela faz toda a diferença no dia a dia do consumidor. “O cliente que compra por preço também vai embora pelo mesmo motivo. Por isso, é preciso expor o produto de forma eficiente e segura, ressaltando as qualidades visuais da proteína, promovendo maior vida útil e auxiliando no transporte, como é visto hoje na embalagem à vácuo”, ressaltou.
Já o representante da Capital Etiquetas, Luíz Henrique Fernandes, reforçou a necessidade de rótulos objetivos e que reforcem a marca do açougue, com informações claras e a logomarca em destaque: “Isso representa uma notável diferença quando se trata de escolha e aceitação do produto. O açougueiro precisa ter em mente que a marca é o seu o maior patrimônio, que o diferencia dos demais concorrentes”.
Para potencializar o autosserviço dentro dos açougues, a Jl Bandejas, representada por Laura Dutra, contou como a organização das geladeiras e freezers é importante. “Você investe no açougue quando pensa em expositores mais organizados, pois isso modifica a imagem do negócio de acordo com as necessidades de cada espaço. É uma forma de evoluir a experiência do cliente, entregando algo que seja atrativo no processo de compra, o que também possibilita selecionar cortes e quantidade. O menos é mais. Isso é autosserviço”, afirmou a profissional.
Uma experiência completa – Além do seminário, o Território da Carne montou na Expomeat 2024 um espaço pensado na experiência dos empresários: o “Futuro Açougue”. A iniciativa, estrategicamente pensada para chamar a atenção dos visitantes por sua fachada atrativa, disposição inteligente de equipamentos e acessibilidade reforçada, reuniu novidades e tendências, como tanque de encolhimento, selador à vácuo e expositor vertical.
O projeto, segundo a CEO do Território da Carne, Andrea Mesquita, proporcionou aos visitantes a oportunidade de conhecer detalhes do que se espera em uma loja no varejo de carnes, como carnes cuidadosamente porcionadas, identificadas e embaladas a vácuo. Para reforçar o posicionamento dos profissionais do setor, o Território da Carne também disponibilizou um espaço de negócios, que contou com a participação das empresas Alba Beef, Frigorifico Rio Maria, Divina Valle, Grupo Esteio Pecuária, Imperador Carnes e Joel Carnes.
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