Encontro de Intensificação de Pastagens debate a fazenda moderna de pecuária de corte em dois dias, em Ribeirão Preto (SP)
Mais de oitocentos produtores e especialistas estão participando do ‘Encontro de Intensificação de Pastagens’ em Ribeirão Preto (SP), reunidos na ‘capital do agronegócio’ para falar sobre temas como manejo de pastagens, mercado, inovação e integração lavoura-pecuária. Organizado pela Scot Consultoria, o evento reúne 686 participantes, representando 217 cidades, 18 estados e o Distrito Federal. A edição 2024 está organizada em quatro blocos: mercado, oportunidades, manejo e integração lavoura-pecuária. O bloco de mercado foi o primeiro, com a participação dos palestrantes Alcides Torres, Pedro Gonçalves, Felipe Fabbri, Ana Paula Oliveira e Alex Lopes. Alcides Torres, diretor da Scot Consultoria, abriu os trabalhos falando sobre preço, abate e demanda interna e externa.
Felipe Fabbri, coordenador do time de inteligência de mercado da Scot Consultoria, subiu ao palco logo depois para palestrar sobre o mercado de grãos e expectativas para a próxima safra. “Atenção ao mercado: colheita nos EUA, clima, estoques baixos, demanda elevada e geopolítica”, aconselhou. Em seguida, Pedro Gonçalves, analista de mercado da Scot Consultoria, trouxe perspectivas para a área de pastagens, produtividade, além de abordar a virada da fase do ciclo pecuário para a reposição. “84% do gado brasileiro abatido é proveniente do pasto, logo, nossa principal lavoura é a pastagem”, decretou. Ana Paula Oliveira, por sua vez, usou seu tempo para lançar o ‘Circuito Cria’, nova expedição da Scot Consultoria. “Vamos visitar propriedades de pecuária de cria para entender a realidade do segmento em termos de gestão, genética e nutrição”, contou.
Alex Lopes, gerente de estratégia de compra de gado LATAM na Minerva Foods, falou sobre como as últimas movimentações geopolíticas têm mexido com o setor agropecuário e as oportunidades em relação à demanda dos principais mercados internacionais. “Direcione sua oferta conforme as exigências do mercado”, orientou. A manhã foi encerrada com um debate que contou com todos os palestrantes do bloco e mais dois convidados: Marcos Flávio, diretor geral de originação e relações institucionais no Frisa Frigorifico, e Rodrigo Sato, gerente de exportação na Barra Mansa Alimentos. “Precisamos fazer mais boi x-tudo porque nós estaremos prontos para atender todo mundo”, ratifica Marcos Flávio, que falou sobre a importância do planejamento para atender o mercado internacional. “O grande diferencial da pecuária brasileira é sua capacidade de se adequar , é isso que nos posiciona como protagonistas na produção mundial”, cravou Rodrigo Sato sobre sobre o que considera ser o grande diferencial da pecuária brasileira, .
À tarde, os palestrantes focaram nas oportunidades para o setor. Participação de Fábio Gonçalves, Gerente Geral de Fazendas do Grupo Vilela de Queiroz – Expresso Barretos, Elinaldo Paniago, produtor rural, e Jefferson Piccini, Gerente de Soluções do Banco do Brasil. Fábio trouxe um estudo de caso. “O capim é como a soja, se você passar do período de colheita, vai perder. A diferença é que aqui a colhedeira é a boca do boi”, indicou. Logo depois, Elinaldo Paniago, proprietário da Fazenda Saltinho e referência em termos de bonificações e sustentabilidade, subiu ao palco para falar sobre planejamento, ILP e a chamada ‘quarta safra’, com créditos de carbono. “A semente é no máximo 20% do custo de todo o investimento e uma boa pastagem começa na escolha de uma boa semente. Lembre-se de que caro é manter um pasto ralo”, criticou. gerente de soluções do Banco do Brasil
A última palestra foi conduzida por Jefferson Piccini, especialista que falou sobre alternativas e oportunidades de investimento para o setor. “Um investimento em tecnologia sem gestão e acompanhamento é um gasto”. O debate do segundo bloco contou com mais quatro convidados: Gracie Verde Selva, Head de Desenvolvimento de Projetos de Pecuária e Florestas da MyCarbon; João Lucas, Head de Sustentabilidade da Barra Mansa/Oranges Alimento; Renato Rodrigues, Gerente de Desenvolvimento de Mercado da Agoro Carbon; e Mário Garcia, diretor da Exagro.
“Projeto de crédito de carbono na agropecuária é simplesmente um plus em um sistema que já vem sendo implantado nas fazendas, é um incentivador de boas práticas para produtores com visão de longo prazo”, orientou Gracie Verde Selva. Renato Rodrigues, Gerente de Desenvolvimento de Mercado da Agoro Carbon, subiu ao palco para participar do debate do bloco de oportunidades. “O mercado de carbono tem o potencial de se consolidar nos próximos anos se consolidarmos como o segmento maior produto na nossa balança comercial”, concluiu Renato Rodrigues. O dia terminou com um coquetel, música e degustações de carnes.
Receba nossa newsletter semanalmente. Cadastre-se gratuitamente.