O PIB do agronegócio brasileiro calculado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), iniciou o ano com decréscimo, de 0,8% no primeiro trimestre.
A queda registrada nos ramos agrícola (-0,75%) e pecuário (-0,96%) foi causada pela forte alta dos custos com insumos na agropecuária e também na agroindústria.
Apenas o de insumos cresceu no primeiro trimestre (9,61%).
Pesquisadores do Cepea indicam que esse desempenho foi impulsionado sobretudo pelas valorizações dos insumos agrícolas, como fertilizantes, defensivos e máquinas – o que se reflete na pressão de custos sobre a agricultura, como mencionado.
Dentro da porteira, na agricultura, o tombo foi sustentado pela elevação dos custos com fertilizantes, defensivos, combustíveis, sementes.
O PIB do segmento agroindustrial do agronegócio também teve queda modesta, de 0,43% no primeiro trimestre de 2022, com reduções para as agroindústrias de bases agrícola (0,1%) e pecuária (1,89%).
Assim como dentro da porteira, a queda do PIB refletiu o aumento dos custos industriais a taxa superior à do crescimento esperado para o faturamento.
Além dos maiores preços das matérias-primas agropecuárias, outros custos também subiram, como os de energia e logísticos, ao passo que a ainda enfraquecida demanda doméstica dificulta o repasse desses custos aos preços ao consumidor.
Por fim, o PIB dos agrosserviços também recuou, 1,51%, devido à dinâmica dos segmentos a montante.
Considerando-se esse desempenho e o comportamento do PIB brasileiro no período, estima-se que a participação do setor na economia fique em por volta de 26,24% em 2022, pouco abaixo dos 27,6% registrados em 2021.